It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

quarta-feira, agosto 17, 2005

Momento poético... mesmo!

Neste momento, estou com vontade... mesmo!... é de partilhar um pouco de poesia convosco. Não a minha, apenas destinada a assombrar os alunos do 18º ano do secundário daqui a uns 50 a 100 anos, mas a de Charles Baudelaire, um menino rico e bon vivant que se embrenhou em versos, álcool, ópio e mulheres e a isso tudo foi buscar a inspiração necessária para ganhar a imortalidade possível. Para não vos chatear muito com historinhas e biografias, sempre vos digo apenas que nasceu em Paris a 9 de Abril de 1821 (signo Carneiro) e morreu, também em Paris, a 31 de Agosto de 1867. Talvez lá para o final do mês lhe dedique uma elegia qualquer... Para já, no entanto, façam o favor de se contentarem com um poema:


A UNE PASSANTE

La rue assourdissante autour de moi hurlait.

Longue, mince, en grand deuil, douleur majestueuse,

Une femme passa, d'une main fastueuse

Soulevant, balançant le feston et l'ourlet;

Agile et noble, avec sa jambe de statue.

Moi, je buvais, crispé comme un extravagant,

Dans son oeil, ciel livide où germe l'ouragan,

La douceur qui fascine et le plaisir qui tue.

Un éclair... puis la nuit! - Fugitive beauté

Dont le regard m'a fait soudainement renaître

Ne te verrai-je plus que dans l'étérnité?

Ailleurs, bien loin d'ici! trop tard! jamais peut-être!

Car j'ignore où tu fuis, tu ne sais où je vais,

Ô toi que j'eusse aimée, ô toi qui le savais!

Poema retirado da obra Les Fleurs du Mal, pelo que espero não vir a ser pusilanemente processado por nenhum descendente do poeta.

Foto retirada algures da net, mas jé nem me lembro de onde.

2 Comments:

At 2:52 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Sendo eu uma figura pública, jamais poderei identificar-me neste blog pecaminoso, aparentemente escrito pelo punho do próprio Mefistófeles. De qualquer maneira, fiquei sem saber se as instruções que te mandei por mail serviram para alguma coisa.

 
At 4:07 da tarde, Blogger Jorge Simões said...

O meu nome é Master Minder... fixa bem... Master Minder! Mefistófeles não passa de uma lenda apostólica para assustar criancinhas ingénuas que se recusam a comer a sopa e as ervilhas e façam cenas para ir para a cama a tempo e horas aprender o bê-a-bá da insónia (algo de muito útil, certamente, nos anos que se seguirão).
Quanto às instruções, muito obrigado. Fui descobrindo algumas coisas por mim, mas ainda me falta descobrir outras tantas. Se calhar ainda te emailo outra vez a perguntar. Abraço com sabor a chama eterna - muahahahahah!

 

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