It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

segunda-feira, março 06, 2006

Ó Óscar!


Esse que está aí ao lado, Deus seja louvado, sempre fez alguma coisa!...

Quem frequentar o blogomundo já deve ter lido uma data de opiniões acerca dos Óscares deste ano (e, por ricochete, dos anos anteriores e futuros). Mas permitam-me mandar cá na nossa casa, também, o meu bitaite pessoal...
E o que há a dizer que não se saiba e que não se adivinhe? Crash foi votado para melhor filme. Brokeback Mountain levou com o prémio da melhor realização. Depois, entre outros prémios, Crash voltou a ser galardoado, desta feita com o prémio de melhor argumento original e Brokeback Mountain com o de melhor argumento adaptado. Crash, Brokeback Mountain, Brokeback Mountain, Crash, trá-lá-lá... George Clooney foi aplaudido por um papel em que, ao que parece, terá sido um bocadito cabotino (mas parece que o filme é muito actual! Trá-lá-lá...). Na categoria de melhor filme estrageiro, o prémio foi para a África do Sul - já era de calcular que nunca pudesse ter vindo para a Europa, embora entre os cinco filmes candidatos se contassem um francês, um alemão e um italiano (o outro era palestiniano - trá-lá-lá...).
Ficou assim, uma vez mais, demonstrada a força destrutiva do lobby judaico que conseguiu que Munique de Spielberg ficasse completamente na sombra. Por outro lado, como Woody Allen veio passear até à Europa e tem fama de preferir dar uns toques de trompete, escrever e realizar a conviver com as superstars, o óbvio melhor argumento que Matchpoint mereceria ficou em águas de bacalhau. Finalmente, Memórias de uma Gueixa mereceria, de longe, mas muito de longe, pelo menos o prémio para a melhor imagem... Ficou-se por umas secundarices, pelo simples facto de que seria impossível ignorar um filme de tal qualidade.
E assim se passou mais uma cerimónia da grande falácia cinematográfica. Os melhores filmes nunca (ou quase nunca) têm direito aos melhores prémios. A Academia é que sabe... No fim de contas, é soberana ou não? Vai um prémio para as minorias, vai um prémio para as doenças, vai um prémio para os génios com deficiência, vai um prémio para as grandes produções de plástico... e não se sai disto. Agora, não me obriguem é a ficar acordado para ver este jogo entre solteiros e casados. Eu nem vejo televisão! E quando quero ver filmes, vou ao cinema, que é lá que eles moram...


Imagem de http://homepages.gold.ac.uk.