Caça ao tabaco e às bruxas
O tribunal federal da juíza norte-americana Gladys Kessler condenou um grupo de tabaqueiras por durante 50 anos (gosto da precisão temporal) terem "mentido, iludido e enganado o público", obrigou-as a a retirar dos seus produtos rótulos como light, ultra light, mild e low tar por serem enganadores, uma vez que "também apresentam riscos para a saúde" e condenou-as a pagar as custas do processo, que se arrastava desde a administração Clinton (o que experimentou mas não travou), no valor de 109 milhões de euros. Livres, no entanto, ficaram de pagar a indemnização exigida pelo Governo e que ascendia a 7,8 mil milhões de euros.
Esquecendo um pouco o ridículo da coisa a vários níveis, gostaria de ver os nossos sucessivos governos, provavelmente desde 1143, a indemnizar os portugueses por lhes "mentirem, os iludirem e os enganarem". Numa das áreas em que tal se tem verificado mais frequentemente, a da Educação, a ministra, que já decidiu dar o exemplo ao substituir o cigarrito por uma estética chiclete pela qual a classe dos médicos dentistas agradece enaltecidamente, poderia ser condenada a dar aulas em lugar de dar ordens - o mesmo para o Valterzinho das faltas e para o outro, de que me esqueço sempre o nome, o que espumava de raiva sempre que falava nos professores e que passou ao silêncio sepulcral desde que lhe arranjaram um tachito no ministério.
O que eu acho gravíssimo em tudo isto, diga-se entretanto, é a constante convicção absoluta dos governos de que os cidadãos são seres destituídos de vontade própria, crianças crescidas a quem é sempre necessário impingir o que fazer. Os outros, os que estão nos governos que têm arrastado Portugal para o caos ao longo dos tempos, são, naturalmente, os "crescidos".
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