It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

domingo, março 26, 2006

Breves dos humanos estranhos


O afegão Abdul Rahman, prisioneiro nos calabouços do país por se ter convertido ao cristianismo, enfrenta a possibilidade da execução. Embora o presidente Hamid Karzai (marioneta dos norte-americanos na óptica de alguns) tenha vindo a procurar a sua libertação, o facto é que tem que se enfrentar com tribunais extremamente conservadores e ainda com uma opinião pública que parece aprovar largamente a execução. Ainda não vi, na net, nenhuma daquelas petições (justas) que tantas vezes acompanham estes casos, nomeadamente quando se trata de africanas sujeitas a tradições tribalistas...

Na Arábia Saudita, onde a separação de sexos é tida por vital, o governo ordenou que as revistas de lingerie feminina terão que proceder ao despedimento de todos os seus funcionários masculinos com data limite de 19 de Junho (o que, na prática, significa todos os funcionários), devendo os lugares passar a ser ocupados por mulheres - devidamente cobertas dos pés à cabeça, naturalmente; nada de se lhes ver a lingerie!

O comprador do cavalo alemão Vedor pagou apenas 400 euros pelo animal, em lugar dos 4000 euros pedidos, alegando faltar ao animal, que não terá coberto eficazmente uma fêmea, um testículo. O tribunal, que acabou por encontrar o testículo alegadamente ausente, decretou que o comprador terá que desembolsar a totalidade do preço. E que lhe dar regularmente Viagra!

A Confap pretende que as associações de pais passem a ser uma espécie de empresas privilegiadas de utilidade pública. De acordo com novas propostas do governo Sócrates, estas associações poderão passar a gozar de mais isenções fiscais e tarifas reduzidas, além de passarem a gozar da lei do mecenato no tocante a donativos, de poderem "participar na elaboração e acompanhamento dos planos e programas nacionais, regionais e locais de educação (...) e solicitar junto dos órgão de administração central, regional e local as informações que lhes permitam acompanhar a definição e execução da política da educação". Terão ainda direito a tempo de antena nas televisões e rádios públicas, além de que poderão contrariar livremente a "batalha da produção", faltando legalmente, ainda que com limite, nos seus locais de trabalho, para comparecer a reuniões.
Mas bem diz o povo: dá-se-lhe a mão e fica com o braço. Em entrevista ao jornal Público, a actual presidente da Confap, Maria José Viseu, afirma pretender livre entrada nas escolas a qualquer hora do dia, armários próprios para as associações, a equiparação às Instituições Particulares de Solidariedade Social (implicando taxas mais baixas para a Segurança Social) e ainda receber convites das escolas para festas ou, simplesmente, para escutar da boca dos directores de turma que "tudo vai bem".
Quem me dera ser uma associação de pais!... Mas aproveito para aqui deixar uma interrogação que muitas vezes me coloco e que sempre me deixa perplexo: por que razão podem alunos e pais apresentar queixa dos docentes às Direcções Regionais de Educação mas, simultaneamente, os professores não se podem queixar de alunos e pais às mesmas instituições?

Por fim e já que falamos de escolas, uma professora britânica bateu com a porta e exigiu, na barra do tribunal, uma indemnização à escola onde trabalhou. Motivo para o litígio: a escola deu-lhe uma cadeira que rangia e não a substituiu. Na óptica da professora (ou dos seus advogados, raça interessante), tratou-se de um comportamento "sexista e discriminatório".


Imagem de www.mr-bill.de.

3 Comments:

At 9:14 da tarde, Blogger Teresinha said...

Ver as coisas de uma só perspectiva, ou colocar tudo dentro do mesmo saco, é uma tarefa fácil que não requer grande ciência. Categorizar e colocar tudo dentro de frasquinhos, é uma tarefa simplória que poderá ser acompanhada de uma conversa da treta, sobre os acontecimentos cor-de-rosa deste país. Que as coisas estão mal, estão mal. E a nossa justiça é uma vergonha. Mas agora pergunto-me Master: Se o advogado vai para o Tribunal com teorias da treta (refiro-me à história do assédio - e se forem histórias da treta...porque cada caso é um caso, e nunca se resume a 2 linhas), que advoga não perante um leigo, mas perante um Juiz, será este suficiente tolo para cair nelas?...
O problema é grave. Mas não vai lá com soluções de imputação de culpas a classes

 
At 9:46 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Deixaste-me meio perdido, Teresinha... Isto não é um tratado sociológico. E nem o caso de tribunal (apenas uma das breves) decorre em Portugal. Mais, nem sequer se falou em assédio.
Bom, é isso... Fiqeui meio perdido. Acho que provavelmente estavas a pensar noutras coisas...
Abraço e obrigado pela visita. :)

 
At 10:25 da tarde, Blogger Teresinha said...

Um abraço para ti também!
Sou visitante assidua do teu blog.
E hoje apeteceu-me resmungar um bocadito... :) Tem dias!
Continuação de boas bloguices.
Beijinhos

 

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