It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

terça-feira, janeiro 03, 2006

Big Brother is REALLY watching us!


Pois bem, o que estão aqui a fazer estas duas imagens de envelopes rasgados?
Trata-se de um cartão de boas festas que me chegou de uma amiga em Inglaterra e que vinha assim mesmo: rasgado e mal colado com fita-cola.
Também este Natal, recebi na minha morada um outro cartão de Natal, mas desta feita para a minha ex-mulher, também ele despudoradamente aberto. Nesse caso, nem sequer se tinham dado ao trabalho imenso de lá colar uma fita-cola manhiça.
E já anteriormente cá se recebeu uma embalagem vinda de uma amiga norte-americana, igualmente aberta e sem qualquer tipo de explicação.
Some-se a isto que acabo de receber de volta um email que enviei já há tempos, também para uma amiga em Inglaterra, com a indicação de que o mesmo tinha sido rejeitado. Mas rejeitado por quem, uma vez que não foi rejeitado pela destinatária?
Nos correios ninguém se responsabiliza nem ninguém sabe de nada. Quanto à internet, nem falar, porque dá a sensação de que se trata de algo em que ninguém manda, se bem que todos saibamos que andam por aí umas sombras de gajos e gajas paranóides (e possivelmente treinados para serem paranóides, mas sem a indicação de que a paranóia pode requerer tratamento médico, muito especialmente quando interfere com a vida de cidadãos cumpridores e metidos nas suas vidas)...

Big Brother is Watching You deixou há tempos de ser uma mera frase de um livro para se tornar uma realidade muito séria. Que o digam todos os que são alvo de escutas telefónicas ilegais, sendo que no final não se passou nada e é tudo boa gente.
Fico espantadíssimo, sobretudo, com a incompetência espantosa dos homens, mulheres e seus chefes em gabinetes confortáveis, que, totalmente incapazes de prevenir actos terroristas e sequer de comprender onde se escondem os terroristas, assim decidem calmamente abusar dos poderes que arranjaram algures e remexer na vida privada dos cidadãos, mais que não seja para justificar os salários que lhes pagamos para não fazerem nada de concretamente positivo. Faz-me lembrar um pouco (com o respeito que tenho pela polícia enquanto instituição, estando perfeitamente consciente de que os agentes da lei são maltratados pelo Estado) o modo como as forças policiais geralmente optam por se afastar dos tiroteios antes que os mesmos acabem ou estejam a terminar, mas se dedicam a multar automóveis junto a parquímetros porque, possivelmente, ultrapassaram em cinco ou dez minutos o tempo que tinham abusivamente pago. Assim se deixam os "maus" continuar a agir em liberdade, rindo às gargalhadas, enquanto se enchem os bolsos dos exploradores feudais incompetentes que nos governam.

Quanto à história do Big Brother, a história inicial deste artigo, no fim de contas, devo apenas dizer ao SIS, ao MI5 ou 6 ou lá o que é, à CIA, à Mossad, aos russos que nem sei como é que se chamam e aos outros todos que em todo o mundo prolongam a infância brincando aos espiões, que tenho a vida demasiadamente ocupada e já não tenho idade nem idealismo suficientes para andar a brincar aos terroristas. O mesmo é válido mesmo para os borregos que, encontrando a sua vida privada devassada por seres humanos possivelmente muito piores do que eles, optam por dizer coisas como "É verdade que o mundo já não é o que era..." Façam o vosso trabalho, porque da forma como o estão a fazer, ele cheira terrivelmente mal!