"Bendita a morte que é o fim de todos os milagres"
E aí têm, no título, um verso de Manuel Bandeira, poeta modernista brasileiro, expoente máximo do modernismo, só comparável talvez ao nosso Pessoa e heterónimos, nascido no Recife (Pernambuco) a 19 de Abril de 1886 (signo Touro) e falecido no Rio a 13 de Outubro de 1968.
Reconheço, também a mim me parece que me estou a afastar da veia provocatória e humorística que lançou este blog. Estou a ficar tão sério que até me faço impressão! Mas fear not! O humor e a provocação só estão a ganhar balanço para regressarem em peso logo que se sintam preparados. O que me apetece agora, no entanto, é partilhar um poema deste autor. Sei que todos vós gostais de poesia; os vossos professores chatos do liceu, que vos ensinaram os Lusíadas através da pesquisa exaustiva de recursos estilísticos e da divisão de orações, gente sem um pingo de alma poética obviamente, é que subrepticiamente vos convenceram do contrário...
Reconheço, também a mim me parece que me estou a afastar da veia provocatória e humorística que lançou este blog. Estou a ficar tão sério que até me faço impressão! Mas fear not! O humor e a provocação só estão a ganhar balanço para regressarem em peso logo que se sintam preparados. O que me apetece agora, no entanto, é partilhar um poema deste autor. Sei que todos vós gostais de poesia; os vossos professores chatos do liceu, que vos ensinaram os Lusíadas através da pesquisa exaustiva de recursos estilísticos e da divisão de orações, gente sem um pingo de alma poética obviamente, é que subrepticiamente vos convenceram do contrário...
ESTRELA DA MANHÃ
Eu quero a estrela da manhã
Onde está a estrela da manhã?
Meus amigos meus inimigos
Procurem a estrela da manhã
Ela desapareceu ia nua
Desapareceu com quem?
Procurem por toda a parte
Digam que sou um homem sem orgulho
Um homem que aceita tudo
Que me importa?
Eu quero a estrela da manhã
Três dias e três noites
Fui assassino e suicida
Ladrão, pulha, falsário
Virgem mal-sexuada
Atribuladora dos aflitos
Girafa de duas cabeças
Pecai por todos pecai com todos
Pecai com os malandros
Pecai com os sargentos
Pecai com os fuzileiros navais
Pecai de todas as maneiras
Com os gregos e com os troianos
Com o padre e com o sacristão
Com o leproso de Pouso Alto
Depois comigo
Te esperarei com mafuás novenas cavalhadas
comerei terra e direi coisas
de uma ternura tão simples
Que tu desfalecerás
Procurem por toda a parte
Pura ou degradada até a última baixeza
Eu quero a estrela da manhã.
Foto do autor de www.asemanade22.hpg.ig.com.br
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