It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

segunda-feira, maio 22, 2006

John Cale humilha Elvis no MUSIK


Nascido a 9 de Março de 1942 no País de Gales, filho de um mineiro e de uma professora, desde cedo John Cale se revelou uma criança-prodígio, tendo apresentado uma composição original na BBC ainda os teens estavam para chegar.
No início dos anos 60 foi estudar música para Nova Iorque, graças a uma bolsa obtida com a ajuda de Aaron Copland e Leonard Bernstein. Multi-instrumentista, pioneiro do movimento minimalista, chegou a tocar num recital de 18 horas com John Cage, o que foi notícia nos jornais.
Terá, porventura, ficado mais conhecido pela sua participação nos Velvet Underground, uma banda que fez história mas que desde o início foi fabricada com base em personalidades dissonantes... Talvez por isso tenha abandonado a banda em 1968, diz-se que por pressões de Lou Reed que, sentindo a liderança ameaçada, terá lançado um ultimato aos restantes elementos: ou ele ou eu!
Em todo o caso, Cale não precisava de Reed, como Reed não precisava de Cale, e o primeiro trabalho a solo do músico, Vintage Violence, viu a luz do dia em 1970. Ao contrário do que se poderia esperar, era uma colecção de canções não particularmente vanguardistas - Cale guardou, em geral, a sua face mais avant-garde para colaborações com nomes como, por exemplo, Brian Eno. Seguiu-se-lhe um consideravelmente mais experimental Church of Anthrax e uma carreira de muitos álbuns de facetas extremamente diversificadas, o que sempre tornou difícil catalogar o músico.
John Cale é igualmente reconhecido pelo seu trabalho como produtor, em particular nos períodos pré-punk, punk e new wave, tendo nomeadamente trabalhado com os Stooges, Nico, Patti Smith, The Modern Lovers e Squeeze, além de ter contribuído para a sétima arte como compositor e como actor.
O tema hoje apresentado no MUSIK, Heartbreak Hotel, é uma versão incendiária do clássico de Elvis, que deixaria perfeitamente envergonhado o autor original. Faz parte do álbum Slow Dazzle, de 1975.


Imagem de www.marcmarnie.com (fotografia de Marc Marnie).