It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Ainda me lembro de quando a FNAC funcionava bem...


Palavra que ainda me lembro de quando a FNAC funcionava bem!...
Façam o favor de se reportarem à obra por mim mencionada dois posts atrás - Os Rapazes da Droga... Ontem, dei-me ao trabalho de a procurar na Fnac do Norte Shopping e, após grandes e grandemente aturadas pesquisas, fui descobri-la no meio da secção de Poesia. Claramente escrito: POESIA.
Bom, como o livro não é certamente de poesia, seja ou não possível encontrar alguma forma de poesia em todas as coisas da vida, peguei num exemplar e dirigi-me ao balcão que ficava a uns dois metros dali e onde as funcionárias se movimentavam num afã que não lhes terá permitido, durante largos instantes, notar a minha presença.
Por fim, consegui chegar à fala com uma delas... Expliquei-lhe a situação.
"Ah, é que aí diz Poesia, mas nós pomos lá livros de poesia e outros, não importa!", esclareceu-me sobranceiramente a funcionária.
"Mas olhe, isso gera confusão e muita gente não vai encontrar o livro que procura, enquanto outros nem lhe vão prestar atenção simplesmente por não estarem interessados em poesia...", repliquei.
"Bom, mas é assim que fazemos!", exclamou ela, já agastando-se inutilmente.
"Então...", opinei, não sem razão, "... trata-se de má organização".
"Pronto, então obrigada pela sua opinião!", exclamou a moçoila, voltando-me as costas.
Isto pareceria bem - mas não estava bem - há uns largos anos. Mas não parece nada bem hoje e muito menos num local com as responsabilidades da Fnac.
Como não havia mais nada a fazer e me irritou o facto de que a cachopa lá estava, toda risonha e incompetente, a conversar com as colegas, dirigi-me ao balcão central e pedi uma folhinha de reclamações. Lá ficou. Servirá para alguma coisa? Ainda me lembro de quando a Fnac funcionava bem...

O que pretendo fazer é lançar-vos um apelo para que não deixem de prencher as vossas reclamações de cada vez que alguém, num estabelecimento de atendimento público, vos tratar como se tivesse o rei na barriga. O cliente tem direitos inalienáveis e aqui não estamos na Moldávia Interior. Penso que foi Confúcio quem disse que se alguém visse uma pessoa com fome, não lhe deveria dar um peixe e sim ensiná-lo a pescar. De cada vez que reclamarem relativamente a um atendimento incorrecto num estabelecimento comercial, num centro de saúde, numa repartição de finanças ou onde for, estarão a ensinar a algum pobre mendigo como se pesca. E talvez, embora isso seja mais lento, a dar-lhe um pouco da necessária educação...


Imagem de http://pointofview.bluehighways.com.