It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

domingo, dezembro 11, 2005

Soares não apresenta queixa-crime contra "atrasado mental"


"Oh vigarista! Vai assaltar o Banco de Portugal para dar dinheiro aos turras para matarem portugueses!", terá lançado um ex-combatente ao candidato Mário Soares, quando este hoje visitava Barcelos em campanha. O popular terá, inclusive, tentado agredir Soares, chegando a magoá-lo com uma pancadita no braço, antes de ser prontamente dominado pelos seguranças do político.
Cavaco e Jerónimo apressaram-se a condenar o acto do indivíduo... como convém.
Bom, estas coisas são sempre de condenar... A questão é que Soares (que, segundo fontes do blog, acreditem ou não, não tinha vontade nenhuma de se candidatar à derrota quando estaria muito melhor a dar opiniões nos canais televisivos, mas terá sido extremamente pressionado por uma determinada organização a que, diz-se, se encontra ligado - isto, já não se fazem organizações secretas como antigamente...) terá saído do local afirmando não ir fazer queixa do indivíduo às autoridades por o mesmo aparentar ser atrasado mental.
Muito, muito, muito mal... Claro que se eu estivesse no lugar do Soares, com a idade do Soares e, ainda por cima, eventualmente a candidatar-me contra a minha vontade, talvez também me saísse um disparate do género...
O que Soares e os restantes políticos têm que compreender é que andam a pedi-las há muito, muito tempo. Eu penso que, no meio do seu autismo, devem entendê-lo, pelo menos, um bocadinho. É muito possível que o indivíduo que hoje se zangou com Soares não seja "atrasado mental", talvez apenas um pouco mais nervoso do que é normal cá no rectângulo. E quem sou eu para afirmar que, quando os elementos do nosso clube da política forem agredidos, verbal ou fisicamente, não as terão andado a pedir? Podem ter andado, quiçá... Se calhar, até bastante... quiçá... Ainda bem que vivemos num país onde não se maltratam seriamente presidentes nem coisa do género. Só um, se a memória não me falha. E, à parte isso, só reis: o D. Carlos e o seu herdeiro que o digam, lá onde estiverem.


Imagem de http://tsf.sapo.pt.