It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

sexta-feira, agosto 26, 2005

Para meditarem na beleza profunda do nada


Não sei, mas acho que é porque vim no carro com um piqueno que adoro a massacrar-me a sensibilidade com uma música dos xatos dos Xutos... Subitamente, senti-me muito filosófico... Muito zen... Peguem lá, vocês também, uma cuidadosamente elaborada recolha de ditos Zen para meditar. Ah, não esperem aprender coisa nenhuma porque, uma vez que nada existe, nada há para aprender!

Se compreenderes, as coisas são exactamente como são. Se não compreenderes, as coisas são exactamente como são.

O obstáculo é o caminho.

O que quer que te encontres a fazer, todas as vinte e quatro horas do dia, em todas as tuas diferentes actividades, há algo que transcende os Budas e os Mestres do Zen. Mas que logo que o compreendas, deixa de lá se encontrar. Não se encontra lá de facto. Assim que tentes prestar-lhe atenção, já desse algo te afastaste. É por isso que digo que vês mas nada podes fazer quanto a isso.

Não conquistes o mundo através da força, porque a força apenas gera resistência. Os espinhos crescem quando um exército passa. Anos de miséria seguem-se a uma grande vitória. Faz apenas o que deve ser feito. Sem usar de violência.

Pensa nas árvores: elas permitem às aves empoleirar-se e voar, sem intenção de as chamar quando vêm e sem ansiar pelo seu regresso quando partem. Se os corações humanos forem como as árvores, não se encontrarão ausentes do Caminho.

Aquele que, onde quer que vá, não se prender a ninguém nem a lugar algum por laços carnais, que aceite de igual modo o bem e o mal, nem saudando um nem encolhendo-se diante do outro - esse alguém terá atingido a Perfeição.

Independentemente de quantos anos te sentes a praticar o zazen, nunca te transformarás em nada de especial.

O único Zen que encontrarás no topo das montanhas é o Zen que para lá transportares.


O Zen não confunde espiritualidade com pensar em Deus enquanto se descascam batatas. A espiritualidade Zen reside simplesmente em descascar batatas.

O mundo é como um espelho: sorri e os teus amigos sorrir-te-ão de volta.

Aprender o Zen é uma fábrica de ouro e excrementos. Antes de o encontrares é como ouro. Depois de o encontrares, é como excrementos.

Não ganhei nada com a iluminação suprema. É por isso mesmo que lhe chamo iluminação suprema.


Desejos (embora o desejo seja o caminho mais longo para o nirvana) de uma boa não-existência do vosso Master.