Ah, ganda Louçã!
Ah, ganda Louçã! Confesso que conheço muitíssima gente que vota no BE e que eu não o faço porque os vejo sempre a bater nas mesmas teclas e parece-me que essas teclas são demasiadamente secundárias no estado actual da nação... Mas certo, certo é que era preciso alguém que viesse a público desmistificar as inverdades do ministério da Educação na sua campanha encapuzada de destruição do ensino público...
Explicou o responsável que, na sua bizarra contabilização das faltas dos professores, o ministério da ministra decidiu incluir os professores doentes com o tempo que demoram a ser substituídos, as grávidas com o tempo que demoram a ser substituídas, os professores que entram na reforma com o tempo que demoram a ser substituídos e ainda, veja-se, os atrasos no início das aulas do ano passado, inteiramente da responsabilidade do ministério e das suas opções informáticas e vá-se lá saber mais o quê! Não é apenas bizarro, é altamente desonesto. E os cidadãos responsáveis e com alguma noção do papel desempenhado pela escola em todas as áreas da sociedade sem excepção (a não ser que entremos pelo sistema de certos americanos educarem os filhos em casa dentro, o que me pareceria uma boa forma de enterrar ainda mais um país que já não está lá muito bem de saúde) deveriam ser capazes de se interrogarem: um Governo que pretende manipular as mentes desta forma, qual Big Brother no cume do bacoquismo, quanto mais não pretenderá manipular tudo e todos em todas as áreas? Dúvida perfeitamente plausível, parece-me...
Louçã recordou ainda que Valter Lemos, o secretário de Estado responsável por trazer os dados manipulados a público, "enquanto vereador na câmara de Penamacor cessou funções por ter excedido o número de faltas injustificadas". Muito bem lembrado enquanto não for formalmente desmentido, não com palavreado, mas sim com a apresentação de provas absolutamente concretas. Em declarações à TSF, entretanto, Valter Lemos terá contraposto ter sido simplesmente "substituído com base em termos legais" pelo elemento seguinte da sua lista. Com toda a franqueza, não compreendemos exactamente o que isso significa, se excedeu o número de faltas ou não... Seria possível concretizar-se mesmo? Mas Valter Lemos não se ficou pela defesa à maneira de advogado ou filósofo sofista... À Lusa terá declarado não ter, como professor, faltas averbadas ao seu currículo (facto que gostaríamos de, democraticamente, ver comprovado através de uma consulta aos seus registos biográficos) e terá ainda acrescentado: "Desafio Francisco Louçã a comparar o currículo dele com o meu nesta matéria". Se nos é permitido dar uma opinião de cidadão, isto parece assemelhar-se a uma tentativa de peixeirada e ficamos plenamente satisfeitos por ver que o líder do BE não se rebaixou a transformar a polémica numa daquelas batalhas tão apreciadas na aldeia gaulesa de Astérix.
ADENDA ACTUALIZADA: Rezam as últimas notícias que o gabinete da ministra aguarda desculpas de Francisco Louçã pelas suas afirmações. Se Deus quiser, esperarão sentados...
NOVA ACTUALIZAÇÃO: Segundo se pode ler no Público.pt, a candidatura de Francisco Louçã distribuiu, em resposta ao "choque" e "indignação" da ministra e do secretário, uma cópia de um artigo publicado na edição de 30 de Dezembro de 1993 da “Gazeta do Interior”, que reza assim: "A Câmara de Penamacor reuniu, este ano, pela última vez, na Freguesia do Vale da Senhora da Póvoa. No encontro, que contou com a presença de todos os elementos do executivo, entre os quais João Manuel Gonçalves, que substitui Valter Lemos, que perdeu o mandato por excesso de faltas, o ponto mais forte foi a votação do Plano de Actividades e Orçamento para o ano de 1994". A propósito da exigência de um pedido público de desculpas, lê-se também que Louçã terá afirmado: "Não vou fazer comentários, pois trata-se de um comunicado anónimo, que não está assinado por alguém do gabinete da ministra ou da assessoria de imprensa. Apenas tem o timbre do Ministério da Educação". Gostamos particularmente da parte em que Louçã minimiza e esmaga por absoluto os responsáveis ministeriais ao transformá-los em "alguém do gabinete (...) ou da assessoria de imprensa". Ganda Louçã!
Imagem de http://img29.echo.cx.
ADENDA ACTUALIZADA: Rezam as últimas notícias que o gabinete da ministra aguarda desculpas de Francisco Louçã pelas suas afirmações. Se Deus quiser, esperarão sentados...
NOVA ACTUALIZAÇÃO: Segundo se pode ler no Público.pt, a candidatura de Francisco Louçã distribuiu, em resposta ao "choque" e "indignação" da ministra e do secretário, uma cópia de um artigo publicado na edição de 30 de Dezembro de 1993 da “Gazeta do Interior”, que reza assim: "A Câmara de Penamacor reuniu, este ano, pela última vez, na Freguesia do Vale da Senhora da Póvoa. No encontro, que contou com a presença de todos os elementos do executivo, entre os quais João Manuel Gonçalves, que substitui Valter Lemos, que perdeu o mandato por excesso de faltas, o ponto mais forte foi a votação do Plano de Actividades e Orçamento para o ano de 1994". A propósito da exigência de um pedido público de desculpas, lê-se também que Louçã terá afirmado: "Não vou fazer comentários, pois trata-se de um comunicado anónimo, que não está assinado por alguém do gabinete da ministra ou da assessoria de imprensa. Apenas tem o timbre do Ministério da Educação". Gostamos particularmente da parte em que Louçã minimiza e esmaga por absoluto os responsáveis ministeriais ao transformá-los em "alguém do gabinete (...) ou da assessoria de imprensa". Ganda Louçã!
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1 Comments:
Palmas para O Ganda Louçã, apesar de não simpatizar com o dito.
;)
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