It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

sexta-feira, agosto 26, 2005

A arte... mas o que é a arte?

Achei piada a este graffiti...

Só que vocês não querem saber o que eu acho dos graffitis... Por outro lado e como só sei que nada sei, a minha opinião passa a ter uma validade relativa e temporalmente localizada, se é que o tempo de facto existe, sendo que a ciência parece inclinar-se um pouco para que ele possa não existir. Também seria possível que nem graffitis nem polícia existissem, o que levaria a que nem sequer vos estivesse a mostrar graffiti nenhum nem a falar de coisa alguma. Se eu, por meu turno, não existir, e vocês igualmente, o que resta? Complicado... Embora a complicação não passe de um estado do espírito...
Bom, assim sendo, seja lá que coisa seja o ser, e tendo em conta que nem ninguém está a escrever, nem ninguém está a ler, nem há coisa nenhuma de que falar, cá vai um conjunto de afirmações reaccionárias:
O graffiti é um subproduto urbano-suburbano que se tenta afirmar como arte mas que possui a extremada fraqueza de que os seus autores não possuem qualquer tipo de formação artística, pelo que a estabelecer uma distinção (ilusória) entre alta arte e baixa arte, o graffiti parece situar-se na segunda.
Uma percentagem muitíssimo elevada de graffitis nem sequer pode dar por esse nome, visto tratar-se meramente de assinaturas ilegíveis e que não interessam a ninguém, colocadas em elevadores, autocarros, combóios e onde mais quer que possam estragar o que custa trabalho e dinheiro a quem custar. Mas o que interessa isso aos artistas urbano-suburbanos? Quando o dinheiro é dos outros, não custa nada a ganhar. Além do mais, quem quer que tenha dinheiro para pintar o que quer que seja tem obviamente que ser um porco capitalista e o artista é o total oposto do capitalismo, embora adorasse ganhar uma pipa de massa e fazer férias nas Bahamas.
Numa palavra, eu que sou um capitalista paupérrimo, se um artista revolucionário e rebelde me pintasse a parede sem pedir autorização (indeferida), acho que deveria pagar novas tintas de alta qualidade do seu próprio bolso, voltar a pintar (sem qualquer gosto artístico, porque numa monótona cor única e bem representativa dos gostos decadentes dos burgueses malditos) com a língua a propriedade privada danificada (Propriedade privada? O que é isso? Tudo é de todos, sobretudo o que os outros tiveram que conquistar) e sofrer uma multa que os levasse a pensar duas vezes antes de não usar uma tela.
Um graffiti não é um mural!
Mas parece que está muito na moda adorar o graffiti, o rap, o crack e essas coisas todas fixérrimas...
Perdoem-me. Talvez esteja mal disposto e não se deve escrever críticas quando o estado de espírito não o permite. Mas faço-o no perfeito uso do meu direito democrático de me expressar.
E disse. Quem quiser que discorde. Sempre vivemos num país livre, se é que há países ou seja lá o que for...

Já agora, aquele que continua a ser o meu graffiti favorito:


Abraço desinspirado mas assertivo (talvez não-existente, no entanto... isto ainda vem na sequência daquele Zen todo) do vosso Master.

Fotos de www.lausanne-graffiti.ch e www.troutmaskreplicas.com.

2 Comments:

At 6:16 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Muito interessante :) Concordo plenamente.

 
At 7:12 da tarde, Blogger Jorge Simões said...

Ó Diogo! Serás tu o ministro dos Estrangeiros "incognito"? Fico contente por concordares porque eu também concordo. Será que isso significa que somos almas gémeas? Olha, se fores o Freitas, lembra-te de mim e arranja-me uma coisita qualquer a escrever panfletos para o Governo ou algo assim, que é de dinheiro que a malta vive. Se não, lembra-te de mim e vai visitando o meu salão de tango, certo de que serás sempre bem recebido, tal como todos os meus fãs e fãs (eles e elas) que se começam já a alargar aos milhares de milhões, levando-me a pensar na hipótese de criar uma corporação de blogs...

 

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