It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Je dis aime

Conclua-se com o emblemático Je dis aime (ou Je dis -M-), a fazer lembrar, salvaguardadas todas as distâncias, o power trio de Jimi Hendrix...

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Qui de nous deux

Dando sequência à semana -M-, eis mais um vídeo... Um bom dia para vocês!


terça-feira, janeiro 22, 2008

Les Triplettes de Belleville

Num tom mais agradável, eis uma breve biografia (que me vejo forçado a traduzir da sempre importante wikipedia) de Mathieu Chedid, mais conhecido como M, um dos mais interessantes autores musicais franceses da actualidade. Segue-se-lhe um vídeo interessantíssimo do seu nada menos interessante tema, Les Triplettes de Belleville, composto à maneira do gipsy jazz do saudoso Django Reinhardt...



Mathieu Chedid possui ascendência libanesa por intermédio dos seus avós. É o filho do cantor francês Louis Chedid e neto da escritora e poeta franco-egípcia de ascendência libanesa Andrée Chedid que escreveu as letras de muitos dos seus temas. Tem uma filha chamada Billie.
Chedid interessou-se muito cedo pela música, nomeadamente com os filhos de Laurent Voulzy e de Alain Souchon. Juntos, formaram algumas bandas de curta duração, tais como os Mat Mat, Les bébés fous e Les Poissons Rouges. Para lançar a sua carreira, não hesitou em colaborar com variados artistas, tanto ao vivo como nos seus álbuns. Colaborou com NMT, Sinclair e ainda com Billy ze Kick. Interpretou igualmente um duo com o seu pai, intitulado T'as beau pas être beau em 1978 e tocou na abertura de concertos dos Texas. Mais recenetmente, colaborou com Sean Lennon no tema "L'éclipse", um remake francês do tema "Parachute" de Lennon. Chedid contribuiu com a parte vocal, a letra e ainda com partes instrumentais.
Chedid apresenta-se em concerto como -M- (um jogo com a palavra aime - gostar ou amar em francês - e a sua própria inicial). É frequentemente acompanhado no palco por Cyril Atef e Vincent Segal, ambos da banda de trip hop Bumcello. Faz-se ainda acompanhar por DJ Shalom no palco e em alguns dos seus temas de estúdio, como seja (Le complexe du Corn Flakes). Na sua última tournée, apoiou Sébastien Martel, um elemento dos Las Ondas Marteles.
As suas actuações ao vivo colocam forte ênfase na imagética e na natureza do seu alter ego, -M-. Chedid salienta a sua natureza misteriosa por intermédio das suas roupas e do seu cabelo em forma de M. É conhecido pelas suas capacidades como guitarrista. No seu álbum de 1999, Je dis aime, -M- interpreta uma versão de Close to Me, dos Cure, combinando palavras em inglês e em francês.
Também cobtribuiu para a banda sonora do filme de animação Les Triplettes de Belleville, cujo tema hoje vos trago.





Já agora, a letra:

J' veux pas finir mes jours à Tombouctouuuu...
(Tombouctouuuu)
La peau tirée par des machines à clous
Moi je veux être frippé, triplement frippé
Frippé comme une triplette de Belleville

J' veux pas finir ma vie à Accapullllllllcoooo
(Accapullllllllcoooo)
Danser tout raide avec des gigolos
Moi je veux être tordu, triplement tordu
Balancé comme une triplette de Belleville

(Allez les filles, allons...)
Swinging Belleville rendez-vous
Marathon dancing doum dilouuu
Vaudou Cancan, balais tabouuu
Au Belleville swinging rendez-vous

J' veux pas finir ma vie à Singapouuuur
(Singapouuuur)
Jouer au dico, manger des petits fours
Moi je veux être idiot, triplement z'idiot
Gondolé comme une triplette de Belleville

J' veux pas finir ma vie à Honoluuluuuu
(Honoluuluuuu)
Chanter comme un oiseau çà n'se fait plus
Je veux ma voix brisée, triplement brisée
Swinguer comme une triplette de Belleville

Swinging Belleville rendez-vous
Marathon dancing doum dilouuuu
Vaudou Cancan, balais tabouuuu
Au Belleville swinging rendez-vous

J' voudrai finir ma vie à Katmandouuuu
(Katmandouuuu)
C'est bien plus doux de faire des rimes en "ou"
Mais je veux être givré, triplement givré
Swinguer comme les triplettes de Belleville

(Allez les filles...)
Swinging Belleville rendez-vous
Marathon dancing doum dilouuuu
Vaudou Cancan, balais tabouuuu
Au Belleville swinging rendez-vous

Swinging Belleville rendez-vous
Marathon dancing doum dilouuuu
Vaudou Cancan, balais tabouuuu
Au Belleville swinging rendez-vous

segunda-feira, janeiro 21, 2008

O tabaco e a TV

Duas breves notas apenas, ambas relacionadas com a exageradíssima (ver situação mesmo aqui ao lado, em Espanha e não, não vale a pena fazer de conta que somos nórdicos) lei do tabaco, entrada em vigor em 1 de Janeiro passado...
Primeira: logo à noite, o sobrevalorizado magazine televisivo Prós e Contras, permanentemente feito em cima do joelho pela jornalista Fátima, vai dedicar o seu debate semanal a esta temática, com uma palavra de ordem do género "os portugueses divididos ao meio" e outros sensacionalismos do costume. Mas não antevejo o que quer que seja de sensacional no programa e depois me dirão se tenho ou não razão... De um lado, vamos ter o bando dos copinhos de leite que tomaram o poder a defender a proibição total do tabaco (e de tudo o que se seguir, mas ninguém tem cabeça para pensar que cada passo é um pequeno passo para o abismo da ditadura). Serão, porventura, raivosos, agressivos e aparentemente racionais. E dirão (a não ser que se controlem) coisas como "toda a vida levei com o fumo dos outros em cima e agora nunca mais", "se querem morrer, que vão morrer sozinhos e para outro lado", "nunca mais ninguém fumará à minha beira" e ainda o batidíssimo "a liberdade de uns acaba onde começa a dos outros". O tabaco vai ser diabolizado como a pior substância do universo e além. Do outro lado, teremos os fumadores... Como, perante as tendências da moda, não vão ter lata para expressar o que realmente pensam e sentem, o debate não será debate algum e tudo terinará numa tepidez de vomitar aos jorros. Ou seja, a lei do tabaco está aí, venceu, aos fumadores foram negados quase todos os direitos sob uma capa de racionalidade, democracia e saúde pública e não vejo, sinceramente, para quê bater mais no ceguinho a não ser por falta de assunto.
Segunda: a miserável Europa do Barroso e dos parlamentares que não representam ninguém a não ser a si mesmos e às suas vidas de nababos internacionais, colocou na televisão uma série de anúncios que de tão abjectos só dão vontade de fumar. Surgem sob a etiqueta "help". Nestes, os fumadores são representados como toxicodependentes imundos e gente que está boa para um hospício. Quem duvidar, que veja os referidos anúncios com olhos de ver e sem ideias preconcebidas. Não me parece nada bem. Principalmente da parte de uma Europa que só nos tem impingido a sua ineficácia e as suas regras e regulamentos de facto não adaptáveis à alma dos países do sul, se é que ainda alguém, no meio da carneirada, ainda se preocupa em preservar algo dessa alma. SEnão, que nos conquistem todos, já que não merecemos outra coisa.
E agora, boa noite, que vou fumar um cigarro. Abraços.



ACTUALIZAÇÃO - Pronto, enganei-me. O Prós e Contras até teve uma certa vivacidade e foi bom ver o Francisco George, um fascista não assumido, a espetar-se de várias maneiras, nomeadamente quando defendeu a possível proibição das lareiras. Três vivas para a Fátima Bonifácio na sua defesa das liberdades individuais e ainda para o homem dos casinos pelo facto de que, tendo um discurso bem estudado e ideias bem estruturadas, calou na perfeição todos os defensores do establishment actual (pessimamente preparados). De resto, tudo como dantes, quartel general em Abrantes.