It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

The Prodigy: um prodígio de vídeo

Fundados em 1990, os The Prodigy (parece impossível que haja quem não os conheça) representam o expoente máximo da cena drum'n'bass/modern rock e são famosos não só por temas dotados de um som extremamente original como No Good (Start the Dance), Firestarter, Breathe ou Smack my Bitch Up, mas também por alguns dos melhores vídeos que já chegaram aos nossos ecrãs. São também, de algum modo, indirectamente responsáveis pelo desenvolvimento das actuais boys bands de rapazes bonitinhos, destinados a pouco mais do que a atrair adolescentes compradoras de CDs - porque as editoras se amedrontaram com a atitude de força da banda e com a possibilidade de esta vir a dar origem a uma massa que não controlassem por inteiro e que pudesse vir a ficar sob a alçada vigilante das brigadas dos bons costumes.
Breathe, o tema que podem visualizar no ecrãzinho que se segue, do álbum Fat of the Land (1997) constitui um dos meus vídeos preferidos de todos os tempos. O vídeo não é uma mera arte promocional menor... pelo menos, nem sempre!




Imagem de www.davidbowie.com.

PS - Só um par de ressalvas relativamente a este vídeo que também serve de experiência no It Takes Two: a) Como passei o formato do mesmo de mpeg para wmv (para ocupar muito menos espaço), a qualidade pode ressentir-se ligeiramente; b) Nestas coisas da net nunca se sabe... Estava a experimentar a ligação e o vídeo não corria bem, sofria de solucite aguda. Espero sinceramente que não deparem com esse problema...

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Pequena parábola (para variar)


1 - Certo dia, numa terra tão distante que nem os próprios habitantes se apercebiam de que lá habitavam, Ananias, um responsável funcionário do rei Solução, acordou alagado em suor e tremuras, tendo sonhado que um exército de arcanjos de dentes aguçados se lhe dirigiam empunhando longas espadas de fogo encandeantes. No sonho, Ananias equilibrava-se com dificuldade no topo de uma ravina em forma de agulha, não logrando entender como poderia lá ter acedido e não encontrando forma de dali escapar.
2 - Ainda atordoado, Ananias ligou o televisor, mas o aparelho nada transmitia, salvo por letras de sangue que escorriam para o chão da sala, empapando-o e impregnando-o de um odor vagamente adocicado e enjoativo. Nas letras podia ler-se a palavra Crise.
3 - Apressadamente, Ananias saiu à rua e por todo o lado encontrava rostos de desânimo. "Porque patenteias tamanho desânimo?", perguntou Ananias a um transeunte. "A minha mulher deixou-me, levando consigo os nossos filhos", lastimou-se o homem. "Disse que eu não trazia suficiente pão para nossa casa, chamou-me preguiçoso e partiu".
4 - Ananias ficou pensativo, lamentando a triste sorte do homem. Mais à frente, dirigiu-se a um segundo transeunte e interrogou-o: "O que te sucedeu para revelares a tão belo dia uma tão triste expressão?". "Recebi uma carta do meu senhorio, um velho agiota cuja casa tem paredes de mármore e chão de madeiras exóticas. A renda da minha modesta habitação duplicou e não sei como pagar. Em breve viverei debaixo de uma ponte", disse o homem, num tom de voz causador de profunda piedade.
5 - Cada vez mais pensativo, a caminho do pequeno cubículo do palácio onde trabalhava e cabalmente cumpria as suas funções, Ananias deparou-se com um terceiro transeunte e proferiu: "Impressionas-me com teus olhos lacrimejantes... Que misterioso desígnio inunda teu olhar?" "O meu posto de trabalho foi transferido para um local distante. Quando hoje pretendia meter gasolina no meu modesto veículo, apercebi-me de que não teria dinheiro para todas as deslocações que forçosamente deverei fazer. Assim, em breve estarei despedido por incumprimento e não terei sequer com que me alimentar, a mim e aos meus...", soluçou o homem.
6 - Um pouco adiante, Ananias encontrou um quarto transeunte, sombrio como os demais, a quem perguntou: "O que te torna tão sorumbático? Que desgraça te poderá ter ocorrido?" Ao que o homem replicou: "O meu trabalho tem-me permitido passar algum tempo com os meus filhos, a quem amo mais do que tudo no mundo. Dessa forma, tenho podido acompanhá-los de perto e transmitir-lhes o que de melhor aprendi. Mas, agora, o meu amo decidiu que deverei passar o dobro das horas no meu local de trabalho, deixando meus filhos entregues, entre todos, aos cuidados de uma instituição que os prende em pequenas salas quadradas onde nada do que é mais importante lhes pode ser transmitido. Morro de saudades antecipadas dos meus filhos e temo pelo seu futuro enquanto seres humanos condignos e independentes".
7 - E assim Ananias prosseguiu o seu caminho, interrogando alguém aqui, questionando alguém ali, a cada momento mais afectado pela tristeza com que por toda a cidade deparava.
8 - Finalmente chegado ao palácio, um imenso palácio todo caiado de branco e incrustrado de dourados, diante do qual se alongavam carros de luxo e choferes que ali aguardavam seus amos, Ananias pediu uma audiência ao rei Solução, um homem tido por sábio e que o tinha em conta por bons serviços prestados ao longo dos anos.
9 - "O que traz por cá, meu bom Ananias?", interrogou o rei, comodamente instalado no seu alto trono de ébano e ouro. "Sabes que a crise não me permite instalar-te o novo computador de que tanto necessitas..."
10 - "Nada de tão comezinho por cá me traria, senhor", respondeu Ananias que, então, começou a narrar tudo o que, naquela manhã, presenciara. "O que fazer, senhor? Rezar?", interrogou enfim.
11 - "Não", ponderou o rei. "Deus despreza os problemas materiais, pelo que não te dará ouvidos". Dirigiu-se a um imenso armário vermelho e do seu interior retirou uma imensa espada flamejante. "Pega-lhe...", convidou. "Sai à rua, bate à porta de cada casa que importe e traz-me as cabeças de todos os responsáveis".
12 - Inicialmente atordoado pela ideia, Ananias assim fez. Coleccionando cabeça após cabeça, com total aprovação do seu senhor e a ajuda de sua misteriosa espada de fogo, Ananias seguiu o seu caminho e regressou ao palácio com um enorme saco pleno de cabeças.
13 - Foi, então, recebido pelo rei que, com um sorriso de grande satisfação lhe garantiu: "Cumpriste bem meus desígnios, bom Ananias. Regressa agora a teu cubículo e entrega-te a tuas funções. Um dia, eventualmente podendo, de algum modo te recompensarei!"
14 - Ananias dirigiu-se à porta de saída, mas logo regressou nos seus passos. "Que desejas ainda, bom Ananias?", interrogou o poderoso rei. "Desejaria falar mais de perto com Vossa magnificência...", pediu Ananias.
15 - O rei aproximou-se confiante. Quando já muito próximo se encontrava, Ananias sacou de sua espada e fez voar a cabeça do soberano, que se foi depositar, vazia de vida, sobre o trono que ainda momentos antes ocupava.
16 - Preso pelas autoridades, Ananias viu-se cercado por milhares de jornalistas que se pisoteavam para obter uma declaração do homem que tantas cabeças arrebatara. "E agora?", interrogou um jornalista. "O que vai acontecer?"
17 - "Provavelmente nada", explicou Ananias. "Mas, então, qual a moral de tudo isto?", perguntou exasperado o jornalista. "A moral...", proferiu Ananias, subitamente elevado aos céus por populares que o haviam passado a carregar aos ombros ante as expressões de desespero das forças policiais, "... não é nada do que normalmente se poderia chamar moral. Apenas que os maus foram castigados, como nos filmes, em lugar de se manterem impunes, como na realidade".
18 - Assim foi. E condenado às penas infernais esteja quem ousar retirar ou acrescentar palavra ao que aqui se encontra dito. Palavra de Master.

(An. 1-18)


Imagem de http://sf.indymedia.org.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Look at Me: John Lennon no MUSIK


John Lennon com a mãe, Julia, cerca de 1949



O pai de John Lennon, Alfred "Freddie" Lennon, era um marinheiro que nunca revelou interesse pelo filho. A mãe, Julia, entregou-o aos cuidados da irmã, a tia "Mimi", e do seu marido, George, quando John contava apenas quatro anos.
Mais tarde, aos 15 anos de idade, foi Julia quem ofereceu a John a sua primeira guitarra e lhe ensinou os primeiros acordes. Infelizmente, apenas dois anos mais tarde, Julia foi mortalmente atropelada por um condutor embriagado, no caso um polícia fora das suas horas de serviço.
Ambos os factos, o abandono do pai e a morte prematura da mãe com quem se reencontrara, somados à educação aparentemente rígida da sua tia, no que também sempre foi sentido como um abandono, marcaram profundamente o jovem John.
Três temas, datados de 1970, Mother (porventura o mais conhecido), o quase insuportavelmente dramático My Mummy's Dead e Look at Me ligam-se a estas vivências, dolorosamente trazidas à tona na sequência de um período de análise e tratamento com Arthur Janov, segundo o método terapêutico que baptizou de Primal Scream.
Hesitei entre as três e acabei por optar por hoje vos oferecer Look at Me (para não ficarem todos e todas a chorar) no Musik. Trata-se de um tema muito simples, numa guitarra em muito semelhante à do Julia do Álbum Branco (1968), praticamente uma demo. Bonito, no entanto... Viu a luz do dia no álbum John Lennon Plastic Ono Band, de Dezembro de 1970.



Imagem de www.jlennon.8k.com.

Munique e o anti-semitismo


Finalmente compreendi por que razão os lobbies judaicos do costume decidiram que Spielberg (em cujas veias corre sangue judeu) é anti-semita!
É que tive o prazer de ver Munique, a mais recente película do autor, e entender que Spielberg trata todos os lados da questão de forma séria e desapaixonada, que consegue não tomar partido, criando assim uma obra maior em lugar da lamechice do costume de que tais lobbies certamente se orgulhariam. Um filme excelentemente construído, digo eu. Tão excelentemente construído que saímos da sala de queixo caído e sem pronunciar palavra durante alguns momentos. Uma redenção perfeita do triste ícone pop que foi o seu antecessor, A Guerra dos Mundos.
Quanto aos poderosos lobbies economico-políticos judaicos, acho que está na hora de ganharem juízo. Ninguém actualmente activo tem qualquer tipo de responsabilidade no desastre histórico da II Guerra. É um facto. Conseguimos, no entanto, entender por que motivo o radicalismo islâmico tem vindo a crescer e continua a crescer e por que razão todos pagamos com sangue pelo Estado de Israel, fomentado, nos seus disparatados moldes actuais, pelos dirigentes norte-americanos reféns dos ditos lobbies. O 11 de Setembro, os atentados de Londres e Madrid, tantos mais, todo aquele ódio ao Ocidente, patrocinado por líderes religiosos de pendor medieval, não são da responsabilidade exclusiva do mundo árabe.
Por favor, ganhem vergonha na cara e, se não capazes de nos deixar em paz, deixem em paz, pelo menos, o Spielberg, que faz filmes de qualidade quando por isso se esforça...


Imagem de www.smh.com.au.

Children of the Corn

Numa sociedade como a nossa, em que se é jovem delinquente um dia antes de se completar 18 anos e criminoso no dia em que oficialmente se entra na maioridade, que tipo de responsabilização merece um grupo de indivíduos que apedrejam cobardemente um sem-abrigo, que já foi filho de alguém, já teve família, amigos, terá construído a sua obra, maior ou menor, que eventualmente poderá mesmo ter filhos, alguém que, seja pelo que for, não logrou impedir que a vida o destruísse? A partir de que idade passamos a ser psicopatas assassinos e porquê?


Imagem de www.therant.info.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Tintin - O Sonho e a Realidade


E foi necessário um inglês, de forma prática, compreensível e estruturada, escrever uma obra sobre a figura de Tintin e, consequentemente, de Hergé e de todos os que com ele colaboraram de 10 de Janeiro de 1929 a 1983, uma obra directamente ligada à banda desenhada e que não esquece que Tintin foi, e é, banda desenhada, para que se parasse de confabular coisas pataratas acerca da humana figura do repórter-detective, para que, enfim, algo sobre o herói nascesse de realmente interessante e legível. Fim aos disparates inomináveis da colagem de Hergé a ideologias de extrema-direita! Fim aos disparates pseudo-psicanalíticos em que Tintin e Haddock têm, com certeza, que ser amantes! Possivelmente, fim ao que em psiquiatria dá pelo nome simples mas significativo de transferência...
O jornalista Michael Farr, que passou a infância em Paris, transporta-nos, assim, numa viagem desde o tempo em que Georges Rémi - ou Hergé - publicou as primeiras pranchas de Tintin no País dos Sovietes no Petit Vingtième, fruto sem rede da época, trabalhado à pressão, prancha a prancha, ao longo de uma imensa parte da história da Europa e do mundo, até à data da morte do criador, em Março de 1983 (contam-se hoje quase 23 anos), quando persistia em trabalhar em mais uma aventura do seu-nosso herói, Tintin e a Alph-Art, que desta vez decorria no mundo da arte, dos seus coleccionadores e dos seus marchands, mundo que Hergé conhecia bem, uma vez que era, ele mesmo, coleccionador.
Profusa e muito correctamente ilustrada, esta obra, editada em Portugal pela Difusão Verbo, corresponde a um intenso trabalho de pesquisa e pauta-se pela exactidão e, graças a Deus escrita por um jornalista, escapa a cada passo do delírio divagante de tendências políticas e de época que caracteriza a maioria das obras até agora escritas acerca do mesmo tema. São 23 títulos em análise, 23 pedaços de época, 23 retalhos das vidas do criador e da sua personagem, numa obra imprescindível para quem desejar conhecer em maior profundidade a história deste ícone do século XX e de todo o conjunto de circunstâncias que a foram rodeando.
Poderei não concordar a 100% com as preferências de Farr, mas não me rejo por niquices. Nem vou por cá começar a fazer a minha própria análise de Tintin, potencialmente enfadonha e possivelmente superficial. Digo-vos apenas: Tintin - O Sonho e a Realidade constitui um trabalho meritório e uma leitura altamente aconselhável.

sábado, fevereiro 18, 2006

McDonald's, conversas e baixezas


Os hamburguers da McDonald's são feitos de minhocas. Os hamburguers da McDonald's são feitos a partir de estranhas mutações genéticas de laboratório, gelatinosas e dotadas apenas de uns olhinhos e de uma boquinha. Carregados de conservantes de todo o tipo, os hamburguers da McDonald's só duram hora e meia uma vez grelhados - depois disso, tornam-se mais ou menos mortais. Estas e muitas mais já vocês ouviram ou leram, sendo que Ronald McDonald é dos alvos mais apetecíveis dos anti-globalistas mais de todos os restantes (que, entretanto, tal como o vosso Master, vão sendo arrastados para os famosos "restaurantes" de quando em vez pela filharada).
Pois bem, depois de muitos anos a fazer orelhas moucas, os senhores da multinacional enervaram-se e aqui está o texto que agora se pode encontrar nas toalhas de papel encerado que acompanham os nossos tabuleiros:

"Todos os nossos hambúrgueres são 100% carne de vaca, sendo apenas utilizada carne proveniente de peças dianteiras dos quartos dianteiros e abas, sem aditivos, corantes nem conservantes.
Por outro lado, a carne de vaca utilizada nos nossos hambúrgueres é sujeita a inúmeros controlos rigorosos que garantem toda a qualidade, segurança alimentar e valor nutritivo.
Finalmente, os hambúrgueres são grelhados no restaurante, sem adição de quaisquer gorduras, apenas uma pitada de sal e pimenta no final, sendo regularmente verificada a temperatura interna da carne para assegurar a sua perfeita qualidade.
Etc."

Sim, sim, sim... O característico aroma que rodeia estes "restaurantes" e o paladar único da carne deixam-me na dúvida, nomeadamente em relação à parte dos aditivos, corantes e conservantes. Mas seja...

Agora, pior, muito pior, mas muitíssimo pior do que o produto McDonald's, pelo menos para mim, que conheço a empresa de há muitos anos (e, ainda assim, tenho níveis de colesterol bastante baixos :) ), são alguns dos seus frequentadores, os quais certamente nunca tomaram chá em pequeninos, como se vê pelo estado calamitoso em que abandonam as mesas onde se sentaram, totalmente desconhecedores (ou estupidamente arrogantes, como é característico dos ignorantes) de uma das regras importantes e cívicas da casa: cabe a cada um despejar e arrumar o seu tabuleiro.
Processos à McDonald's por servir cafés demasiadamente quentes? Ok, ok, seja. Mas também acho que talvez devesse ser permitido à McDonald's passar umas coimazitas aos clientes que não se sabem comportar.


Imagem de http://mapage.noos.fr.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Bauhaus no MUSIK


A cidade do Porto recebe hoje os Bauhaus de Peter Murphy que, embora não prometam com certeza alguma um novo álbum, parecem andar a divertir-se numa digressão com concertos longos e bem preenchidos.
Para quem vir o concerto, desejo que o bilhete valha bem o preço (que, ainda assim, anda muito longe dos Stones lá mais para o Verão, aos quais já desisti de ir - sim, porque ou há crise ou não há crise, em que ficamos?). Por mim, hoje estarei com o meu filhote e não me sinto nada mal assim. A quem, como eu, só estiver no concerto em pensamento, deixo o tema Telegram Sam, do saudoso Marc Bolan, em versão memorável dos Bauhaus.
Está aí mesmo ao lado, no MUSIK, que assim hoje se inaugura da melhor forma...


Imagem de http://slowdive.users.netlink.co.uk.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Testando a super-heroicidade!

You areSpider-Man
























Spider-Man
55%
Hulk
55%
Green Lantern
55%
Supergirl
50%
Superman
45%
Wonder Woman
40%
Robin
37%
Iron Man
35%
The Flash
25%
Batman
20%
Catwoman
20%
You are intelligent, witty,
a bit geeky and have great
power and responsibility.


Click here to take the Superhero Personality Quiz


Teste retirado do Blogotinha (ver links).

La cigale et la fourmi


Era uma vez, num pinhal parcialmente ardido, uma cigarra, uma formiga e os restantes animais que pouco interessam, visto não terem representatividade considerável na fábula...
Certo dia, por finais do mês de Junho, estava a cigarra descansada, a perna cruzada, confabulando um poema ou a letra de uma canção, refasteladamente encostada a um tronco confortável, quando a formiga passou, tão, mas tão rapidamente, que quase nem se viu. "Mais uma a correr de um lado para o outro, a fazer que faz...", sorriu a cigarra de si para si. E continuou a confabular...
Só que a formiga, apercebendo-se daquela preguiçosa, aquela imensa calaceira que possivelmente tinha que sustentar com os seus impostos, voltou como um míssil teleguiado para trás e, franzindo o sobrolho, batendo com a patita direita ritmadamente no chão e cruzando os braços, começou a falar, com um tom de voz tão grave quanto a sua condição de formiga lhe permitia:
- Desculpe que me intrometa, mas que diabo faz aí, toda refastelada a olhar para o horizonte? Meteu algum atestado falso? Acha que a riqueza cai do céu?
A cigarra, que não se tinha esquecido de tomar o seu calmantezito matinal, olhou-a serenamente, embora com alguma surpresa, e respondeu-lhe num tom de voz tão calmo como a tarde estival:
- O que faço? Ora, sou uma artista e encontro-me em busca de motivos de inspiração. A tarde está linda, tenho a sorte de tocar um instrumento e gosto de trabalhar a palavra. Procuro a minha musa.
- Musa? - esganiçou-se a formiga, enquanto batia com a patita na testa, levemente arrebatada para trás - Não sabe que as musas são seres mitológicos? Qual musa nem meia musa! Quem não trabuca não manduca! Não acredita no seu pinhal?
- Bom, mas eu até trabuco. - replicou a cigarra - Componho canções que talvez goste de ouvir e escrevo versos que a levam a viajar. A música e a escrita também não caem do céu...
- Senhor! - exclamou bem alto a formiga - Eu só ouço música de elevador e a ocasional música de dança nos momentos próprios, para não falar de Mozart, Vivaldi e mais alguns compositores sérios. Quanto a literatura, enfim, francamente só leio livros técnicos. Livros que me ensinem alguma coisa, entende? Não perco tempo com coisas inúteis.
A cigarra bem poderia ter ensinado à formiga que era regra básica de boa educação meter-se na própria vida. Mas, como não se tinha esquecido do seu calmantezito, limitou-se a responder:
- Como quiser... Embora ache que fica a perder...
- Suponho que receba subsídios do Estado... - rosnou a formiga ironicamente.
- Não... - replicou a cigarra tristemente - Infelizmente, nunca estive na política e não faço parte das associações que gerem os concursos artísticos do nosso pinhal...
- Ainda por cima é burra! Que inútil! - disse a formiga, voltando-se na direcção do público, de que nem ela nem a cigarra se apercebiam.
- Perdão? - disse a cigarra.
- Não interessa. Só lhe digo que não tarda está aí o Inverno e se não tiver arrecadado bens materiais antes dele chegar, está feita.
- Ora, tenho o suficiente para viver e faço aquilo de que gosto. Além do mais, ainda falta um ror de meses até ao Inverno. A senhora formiga é um pouquito exagerada, não?
- Exagerada, exagerada! - exclamou a formiga com impaciência indisfarçada - Bom, tenho que ir, que ainda tenho uma dúzia de reuniões agendadas para hoje! Depois não diga que não avisei!
- Então, continuação de uma boa tarde! - desejou-lhe a cigarra, mas a formiga já ia no sexagésimo-sexto pinheiro mais à frente e já nem a ouviu.

O resto da historieta, conhecem-na vocês bem. A formiga passou o Verão e o Outono a amealhar, a reunir-se compulsivamente e a investir. A cigarra, por seu turno, criou uma vasta obra artística que ia melhorando com a prática de cada dia que passava. E os dias passaram, até que chegou o Inverno... Como chegou a ser do conhecimento até mesmo de um certo La Fontaine, o Inverno foi mais rigoroso do que optimistas como a cigarra poderiam ter esperado e esta, algo envergonhadamente, lá teve que ir tocar à campainha da confortável moradia da cigarra...

- Quem é, com este tempo e a esta hora? - perguntou a formiga, num tom de voz algo exasperado.
- Sou a cigarrinha... Não teria um momento para me dispensar? - disse a cigarra humildemente.
- Ora, ora, quem me vem bater à porta! - exclamou a formiga, no tom de voz triunfante de quem vence uma batalha e se sabe detentora da verdade total - Então, parece que o tempo não está lá muito de feição?
- Peço desculpa, mas as coisas não correram como eu esperava. Perguntei-me se, por acaso, não teria um emprego para mim...
- Emprego? - exaltou-se a formiga - Lá está o problema do nosso pinhal! Todos querem empregos mas ninguém quer trabalhos! O que é que sabe fazer? Já lhe disse que só leio livros técnicos.
- Sou muito polivalente, embora possa não parecer... - replicou a cigarra - E não me importo de trabalhar a recibos verdes...
A formiga ponderou dois, três segundos e, triunfantemente, proferiu:
- Não. Vai-me desculpar, mas não dou trabalho a calaceiros! Além do mais, sabe perfeitamente que está aí uma crise... Na verdade, estou a pensar em despedir metade do meu pessoal. Com licença, que está frio!
E fechou-lhe o portão no narizito.
- Ai, meu Deus... - lamentou-se a pobre cigarra - E o que será de mim agora?

Uma semana decorrida, a formiga, de pata cruzada frente a uma lareira acabada de acender, abriu o seu exemplar matinal do Tempos Financeiros e logo deparou com a notícia de que uma determinada cigarra, em tempos algo conhecida por alguns trabalhos que fizera, tinha sido encontrada morta junto ao ribeiro gelado que atravessava a floresta. Suspeita-se de abuso de cogumelos selvagens, rezava o artigo.
- Eu sabia! - exclamou a formiga - Eu bem que a avisei! Pronto, cada um tem o destino que traça.
E lá prosseguiu com a sua vida, sem mais se lembrar da cigarra que um dia lhe viera bater à porta em necessidade.
Só que a crise, quando chega, pode muito bem chegar para todos. Em resultado de investimentos fracassados devido à crise no desrto onde moram aquelas formigas grandes e acobreadas, que têm por hábito morder sem piedade e sem pré-avisos, a uma vistoria conjunta dos serviços do IRS, IRC e IVA e à concorrência agressiva das formiguinhas orientais, a nossa formiga viu-se forçada a apresentar falência. Não tardou, o Estado leiloou-lhe compulsivamente a moradia, a colecção de carrinhos de linhas e os restantes bens que não logrou esconder.
Em desespero, a formiga começou a beber abundantes gotas de orvalho logo pela manhã e suicidou-se, enfiando-se voluntariamente debaixo da bota de um lavrador.
Com a economia de pantanas e o Inverno que parecia não ter mais fim, os restantes animais do pinhal começaram a emigrar para paragens mais amenas.

Um dia, já as primeiras flores rompiam da terra húmida primaveril, chegou o mocho, que passara vários anos afastado do seu pinhal, enquanto trabalhava numa tese de doutoramento nas florestas de folha caduca da costa Leste dos Estados Unidos. Pousou num ramo e olhou, surpreendidamente, em volta...

- Olha? Ninguém... Mais um pinhal conquistado pela desertificação do interior...

Revirou os olhos com toda a força do seu intelecto, suspirou inteligentemente, levou a asa direita ao peito e declamou (melhor falando, disse - como actualmente se usa):



A moral desta história
Que nos confunde a memória
É que não saber colaborar
Pode muito mal terminar.
Cigarra e formiga partiram
Pois só a si mesmas ouviram;
Por muito que custe aturar,
Há que saber escutar.
Quem os outros não aceita
E em sua cama se deita,
Acaba morto e falido
Como um Governo ou um partido.
J'ai dit.



- Pronto. Não foi lá muito inspirado mas chegou. - concluiu.

E assim tendo falado, o mocho bateu asas e voou para Norte, em direcção aos jardins e às torres das catedrais de Paris, onde era ansiosamente aguardado para mais uma série de rimas inspiradas que se inseririam num ciclo de conferências que prometera aos seus amigos da Academia inaugurar.



Imagem de http://gtiss.free.fr.

9 envelopes negros


Só uma breve chamada de atenção para a rusga realizada na redacção do 24 Horas, com apreensão de diversos computadores pessoais, em mais um atentado impune à liberdade que custou sangue e vidas para conquistar. Como se a imprensa não fosse já demasiadamente institucional neste triste canteiro cinzentão que é o nosso...
Como sempre, quem pode faz. Faz o que quer e o que lhe dá na telha. Encontra-se no poder uma geração de indivíduos arrogantes e com formação humanista só de letra, que não fazem a mínima ideia do que sejam democracia e liberdade - trata-se de uma palavra perfeitamente adaptável para servir os desejos soberanos de quem pode e, por este ponto de vista, nunca Nixon ou Collor teriam sido afastados do poder. Esta gente, confunde um certo bom senso (ou auto-censura salutar, porque se trata de palavras, que cada um exerce no que faz) com censura mascarada de cumprimento da lei. Sim, porque quando havia censura, a censura era exercida dentro da lei!
E lá andam eles há 32 anos a fazer de nós gato-sapato, presentemente a dar-nos uma boas botifarradas, porque somos apáticos, porque foram extremamente bem sucedidos em nos desmotivar subrepticiamente e porque não nos importamos de viver à sombra de papás, mesmo que não sejam os nossos. Gostaria de saber até onde isto vai antes de, algum dia, historicamente rebentar...


Imagem de www.sweepstakesupplier.com.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Sou um Chevrolet (e, por acaso, até tenho um Daewoo)

I'm a Chevrolet Corvette!



You're a classic - powerful, athletic, and competitive. You're all about winning the race and getting the job done. While you have a practical everyday side, you get wild when anyone pushes your pedal. You hate to lose, but you hardly ever do.


Take the Which Sports Car Are You? quiz.




Via Bomba Inteligente (ver links).

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Carta aberta aos sindicatos dos professores e a quem mais quiser


Se há uma coisa que não pretendo é transformar o It Takes Two num blog sobre Educação. Tenho muito mais sobre que falar. Mas há coisas que têm que ser ditas... Ainda que assim mesmo, de improviso, sem rede, com todos os riscos que (não) acarreta. E cá vai...

Quando alguns afirmam, com uma leveza estonteante de quem não sabe do que fala (tão caracteristicamnte portuguesa, porque todos somos todas as profissões e todos os treinadores de futebol...), que os professores não fazem nada, que trabalham poucas horas, que ganham balúrdios, quando pretendem ensinar aos profissionais da educação a sua profissão... quando alguém faz isso, as razões são várias...
Por um lado, Portugal é uma "casa onde não há pão. Todos ralham e ninguém tem razão". Por outro, trata-se de gente que se rege pela mesquinhez e pela inveja, sentimentos que ficam muito mal seja a quem for - costumo afirmar, e disso estou cem por cento certo, que Mao nasceu no país errado; em Portugal, isso sim, teria encontrado campo aberto para nivelar tudo e todos por baixo e daí recolher muitos aplausos. Aliás, em diversas comunidades da nossa emigração, somos vergonhosamente conhecidos como "os invejosos". Por outro lado ainda, muita gente ficou-se pela adolescência à la Roger Waters: o professor é o inimigo não confessado, que deve simultaneamente carregar as nossas falhas e pagar por elas. Por fim, a imprensa, que de tudo sabe e de nada sabe, assim como os "fazedores de opiniões", que tudo conhecem e nada conhecem, ambos levados por uma onda anti-função pública (quando a função pública deveria ser apreciada e acarinhada precisamente por se tratar de "função pública") patrocinada por Governos incapazes de gerar condições propícias ao crescimento nacional mas ávidos de poupança que sustente as benesses dos poderosos, fez-lhes a cabeça de forma inominável.

O defeito não é dos professores. O defeito é mesmo do país inteiro, que insiste em funcionar abaixo dos mínimos exigíveis, ficando-se por discursos pomposos e algo bipolares (com períodos maníacos e períodos depressivos). Todos sabemos disso, porque todos vivemos Portugal. A "batalha da produção" não existe e nunca existiu - ou não haveria justificativa para que nos vissemos facilmente ultrapassados pela República Checa ou pela Eslovénia, sendo que tudo parece fazer parte de algum fado intransponível de faca e alguidar. Não se pode exigir que as escolas dêem lucro, trata-se de uma ideia absurda e que, a prazo, conduziria ao elitismo, para não afirmar ao capitalismo selvagem. Não se pode exigir que um serviço público dê lucro, seja ele qual for - muito menos as escolas, que nunca têm dinheiro para o essencial, quanto mais para o supérfluo. Ah, mas pode exigir-se que as escolas ensinem bem, uma vez que todos por lá passamos e sem escola deixa de existir tudo o resto - adeus médicos, engenheiros, advogados, arquitectos, etc., etc. e olá Idade Média! Pois é isso que as escolas têm feito, muito para além das suas forças, desgastando vidas individuais, que não são de somenos importância, visto que um professor não é um escravo grego mas sim, bem pelo contrário, como a própria Lurdinhas afirmou no fraquíssimo Prós e Contras sobre a Educação, "profissionais altamente qualificados". E de que modo são os professores compensados? Resposta: de nenhum. Um professor não vive de água e vento, não tem vontade de trabalhar de borla, não tem nem tem que ter espírito missionário, não tem obrigação absolutamente nenhuma de andar a reboque dos caprichos de Governantes incompetentes mas bem compensados pela sua incompetência, nem de empresários desonestos e incapazes mas que sugam as suas empresas até ao tutano, nem de funcionários de todas as áreas que, na sua teimosa mas arrogante incultura e incivilidade, trabalham mal em grande número, muito mal; e posso afirmá-lo pelo simples facto de não ser cego nem nunca ter estado encerrado num qualquer mosteiro onde o resto do mundo se torna invisível e que daria pelo nome de "escola". Aliás, se não cabe ao Estado gerar directamente riqueza e ela não é gerada, onde se encontra o drama e o problema? No público ou no privado? Quem revela verdadeira incompetência global, pela qual pagam os professores e restantes funcionários públicos? Façamos o favor de ser minimamente realistas!

Claro que os professores têm uma imensa dose de culpa em tudo isto... Têm, sim senhor. São muitos, progressivamente desmotivados, muito confundidos quando mais fracos de espírito e, confessemo-lo, muitos deles científica e pedagogicamente incompetentes. Em muita, muita gente, como em todo o lado, tem que haver incompetentes, pois tem... Qual seria a solução? Haver ainda menos professores? Passarem as turmas, que actualmente têm cerca de trinta alunos, a ter sessenta? Ou noventa? Nem é exequível nem positivo, quer para docentes, quer para alunos. Que é como quem diz, não é exequível mesmo para ninguém.

Gostaria, no entanto, de me reportar ao título e acusar os sindicatos dos professores: é lá, à esquerda e à direita, que começa a incompetência mais absoluta. A incompetência e as politiquices que já ninguém consegue aturar, a má representação mais perfeita da classe, o servilismo ridículo e o apego persistente a causas secundárias. Não posso deixar de me lembrar da figura tristíssima dos representantes sindicais dos professores no já referido (e tão, mas tão mal preparado por uma suposta "profissional de jornalismo"...) Prós e Contras. Verdadeiros yes-men do sistema. Servis. Amarelos. Fracos. Egoístas.
Estes sindicatos, pejados de ex-professores, estes sindicatos que só se representam a si mesmos e nunca, que me lembre, apresentam sequer alguém capaz de articular um discurso em condições, dão-me vontade de vomitar. Preocupem-se com as questões profissionais! Pensem que os professores são "profissionais altamente qualificados" e que têm, com as suas famílias, que viver (já nem digo de acordo com a posição que deveriam ter, por respeito ao caos da economia)! Não permitam que a ministra mande leis atabalhoadas que só podem nascer da ignorância de quem nunca de facto pôs os pés no ensino, diariamente cá para fora! Limpem a imagem profissional que servilmente permitiram que ficasse suja! Façam o favor de enfim esclarecer o mundo que alguém que, por acaso, deu aulas alguma vez e não encontrou continuidade, não é professor (ou também eu seria uma série de coisas, pois nunca a minha vida se resumiu a um aspecto fechado e graças a Deus sempre fui suficientemente multifacetado, como está na moda) - questões absolutamente laterais como essas retiram tempo ao tratamento do que é sério e distorcem a realidade! Numa palavra: trabalhem em prol de quem é suposto representarem!

Confesso que não sou sindicalizado. Não sou, não fui e não serei. Não adiro a organizações inúteis e mesmo perniciosas de políticos menores profissionais que fazem de conta que são professores ou que os representam. A vossa cobardia, que nunca encontrará equivalente sequer distante no Master, enjoa e mata, lenta e eficazmente como um veneno instilado gota a gota. Se não conseguem fazer melhor, demitam-se! Ninguém vos levará a mal, porque é bem sabido que nem todos podemos ter personalidades e convicções fortes e capazes de fazer a diferença, qualquer diferença digna desse nome...
O único sindicato a que alguma vez pertenci, devo esclarecer, foi o SJ, Sindicato dos Jornalistas. Talvez não seja o melhor dos sindicatos mas... ah! É um sindicato!

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Governo pede desculpa a destruidores islâmicos

Sinto vergonha do Governo do meu país, a quem ninguém encomendou o sermão...



Imagem de www.armenialiberty.org.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Um livro que desperta os ódios do Islão


Craig Wynn escreveu Prophet of Doom - Islam's Terrorist Dogma in Muhammad's Own Words, obra que pode ser descarregada gratuitamente no site www.prophetofdoom.net, em formato html ou pdf. Da mesma forma, poderão realizar consultas variadas, nomeadamente a citações bem significativas do Profeta, a partir dos livros sagrados. Prophet of Doom tem por base os cinco livros sagrados do Islão e limita-se a citar o próprio Maomé a propósito das mais variadas temáticas. O livro vem bem a propósito do 11 de Setembro, dos recentes ataques à liberdade de expressão do mundo ocidental, da morte dos atletas israelitas em Munique 72 (facto agora relatado para o grande ecrã), da mortandade nos caminhos de ferro madrilenos, da violência recentemente registada em França na sequência da morte de dois jovens criminosos que se suicidaram sem intenção e de muito mais. Vem, inclusive, a propósito da perda do Império que se estendia à Península Ibérica, perda essa que até hoje não foi esquecida.
Parece-me, ao tomar conhecimento das agoniantes falinhas mansas e politicamente correctas da ONU (cada vez mais igual à Sociedade das Nações) relativamente ao caso dos cartoons dinamarqueses, que o Ocidente, de olhos bem tapados, não consegue entender que há uma guerra em que o mais fraco será eliminado. Eu já li o Corão. Eu já li a história da vida do Profeta. Afirmo sem receio, porque sei o que li, que o primeiro parece um conjunto de normas político-sociais e slogans para a conquista e que, com o segundo, ficamos a entender que Maomé foi um jovem que teve o azar de se sentir maltratado e que, possivelmente, tendo força e inteligência para tal, terá jurado vingança contra os que o terão desrespeitado. Convençam-me do contrário com argumentos razoáveis, se os tiverem, mas não me chateiem!
Como chatearam Craig Wynn... Em An Anthology of Hate - www.prophetofdoom.net/response_anthology.html, poderão tomar contacto com uma recolha dos melhores insultos, maldições e ameaças de morte recebidas pelo autor. Boas leituras!


Imagem de www.prophetofdoom.net.

Educação: tudo ao monte e fé em Deus!


A ministra Maria de Lurdes afirma agora que pretende ter os alunos a frequentar exactamente as mesmas escolas desde o jardim de infância ao 9º ano de escolaridade. Acha pedagógico!

Com franqueza, quantos de vocês sorriem ao pensar nos vossos filhos pequenos o dia inteiro enfiados (porque é para isso que caminhamos, mais ainda do que já estamos) numa fábrica de (todo o tipo de) conhecimentos com gandulos dos, digamos, 8º e 9º anos, em plena idade do armário?

Eu, que não sou lá muito católico, acho que estou prestes a converter-me em desespero de causa. Talvez algum milagre daqueles muito grandes nos livre desta cavalheira de uma vez por todas!


Imagem de www.correiodamanha.pt.

domingo, fevereiro 05, 2006

Liberdade de expressão

Mais palavras para quê? O It Takes Two apoia...




Imagem retirada do blog A Mão Invisível em http://www.maoinvisivel.com/blog/archives/2006/02/finger_way.php.

Portugueses bigodudos à buzina


É verdade que podemos pensar no movimento cívico do buzinão... Ou então, pode vir-me à ideia aquela vez em que, depois de um mês em França e vindo de Espanha, onde tal não sucede, dei comigo alegre e plenamente em Portugal quando comecei a ouvir buzinadelas e a apanhar com máximos a granel.
Ainda agora me aconteceu algo do género e foi isso que me inspirou... Ao virar para uma rua perto de casa, um carro, que não deveria vir a menos de 500 metros, decidiu acelerar e atirar-me com a folclórica buzinadela da praxe, visto que a rua obviamente lhe pertencia por herança ou direito divino. Todos vocês sabem bem o que isso é, certo? Muito calmamente (porque já não há pachorra), limitei-me a lançar-lhe um sinal do género "maluquinho". Bom, era uma mulher (sim, aquele género tão competitivo, tão aguerrido nos seus automóveis, que em geral não nos permite mudar de fila em imensos engarrafamentos, dessa forma contribuindo para a construção de engarrafõezamentos) quem guiava, acompanhada pelo seu macho orgulhoso e a quem "ninguém passa por cima".
E não é que me seguiram até casa e que, quando entrava na minha garagem, o gajo se me dirige e me vem com um discurso pindérico e zangado, armado em moralizador? É preciso alguma lata, hã? Com a maior das calmas, deixei-o falar, fechei-lhe o vidro porque já tinha esgotado o tempo do discurso e entrei. O meu filho, que vinha atrás, ficou todo irritado com o homem, verdadeiro português de bigodinho e tudo. Eu disse-lhe apenas: "Não ligues. O mundo está cheio de palermas".

É por isso, por se tratar de uma situação tão idiota e tão repetida, que aqui vos proponho o início de um novo movimento cívico, tão ou mais importante do que o do buzinão e menos barulhento: de cada vez que alguém vos buzinar assimn (o que é proibido por lei), parem muito calmamente, passem-lhe uma multa de valor elevado e desejem-lhe, sorridentemente, um bom resto de dia...


Imagem de www.mofunny.com.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Corrente blogosférica: jogo das 5 manias!


Caríssimos e caríssimas convivas: o Master foi convidado pela Morgadinha a participar num jogo complicadíssimo e extremamente revelador das nossas mais terríveis fraquezas, numa palavra, um jogo que desafia a nossa privacidade mais privada, a nossa intimidade mais íntima e a nossa coragem mais corajosa,que há tempos circula pela blogosfera.
Depois de revelarmos ao mundo as nossas mais bem escondidas 5 manias, devemos escolher 5 novos participantes para dar continuidade à coisa, tendo o cuidado de lhes deixar um convite no respectivo blog. Se quiserem entender melhor a mecânica do jogo, façam o favor de visitar A Morgadinha em http://amorgadinha.blogspot.com/ e darem uma olhada em outros links... Eis as minhas cinco manias (deixa-me cá puxar bem pela cabeça):

- Quando deixo o meu carro, despeço-me dele (bem baixinho), como se tratasse de uma pessoa;

- Saio sempre da cama com o pé direito e pelo lado direito (o resultado que isso dá ou deixa de dar, depende dos dias...);

- Pigarreio frequentemente duas vezes seguidas;

- Se não estiver acompanhado, durmo com uma luzinha acesa;

- Tenho a mania de que vou ganhar o Euromilhões e - mais! - que a minha arte ainda será reconhecida, lol!

E pronto. Arrancadas as terríveis manias a alicate ultra-forte, chegou a altura de escolher as próximas vít...er...felizes participações! E os nomeados são:



Bitaites

Blogalize

Blogo que nem um doido

Fonte das Virtudes

Política.TSF



E é isso. Espero que se tenham rido que nem uns desalmados! Mas não se esqueçam: muito riso, pouco siso... Além de que se quebrarem a corrente terão 7 anos de azar, seguidos de 7 anos de má sorte e ainda de 7 anos de infortúnio (não se pode afirmar que seja lá grande coisa)... ;)