It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

domingo, julho 30, 2006

Disparates históricos (4)








Tudo o que entra, sai e circunda a boca do grande líder vitalício dos jograis da Madeira. E o facto surreal de o continuarmos a financiar com o nosso dinheiro suado, em lugar de lhe oferecermos a tão merecida independência.







Imagem de http://oooink.blogs.sapo.pt/.

sexta-feira, julho 28, 2006

Thumbs up and down for ya!



Depois de uma pequena mas relaxante volta pelo Portugal desconhecido que espera por nós, achei que talvez não fosse desajustado deixar-vos aqui alguns thumbs up e down relativamente a algumas pedras do caminho...

Thumbs down para a Nazaré, onde a população vive o choque esquizóide de se sentir (e cada um é dono de sentir o que muito bem entender, mesmo que risível) no umbigo do turismo mundial. Deve ser por isso que as velhinhas estão todas a vender aperitivos nas ruas ou a apregoar quartos, que o serviço dos restaurantes é atroz na ausência de simpatia e savoir-faire e que os preços praticados para o alojamento são, não há outro termo, ridículos.
Por exemplo, como é que a mixuruca Albergaria Mar Azul ousa pedir 90 euros por quarto duplo ao mesmo tempo que a clássica Albergaria Josefa de Óbidos (em Óbidos, naturalmente) pede 70?
Um único thumbs up para a cidade, que é a descoberta da Vila Turística Conde Fidalgo, um agradável condomínio fechado com os quartos e apartamentos sempre completos porque, além de vir no Routard, pratica 30 euros a noite por quarto duplo.



Um forte thumbs down também para os preços praticados nas gasolineiras do sul, onde a livre concorrência leva à subida em flecha dos preços, em lugar da sua descida. Cheguei a ver a Sem Chumbo 95 a 1.394 euros. Juro! E passei ao largo.

Mais um thumbs down para os gananciosos sem estribeiras do IPPAR, que cobram, por exemplo, 4,5 euros para a visita aos dois claustros do Mosteiro da Batalha e às Capelas Imperfeitas, o que quase se resume a meia dúzia de passos. Ainda me lembro que antigamente e não tão antigamente assim, embora o vigilante me garanta que tenho que estar confundido, se podia subir aos andares de cima e que não se pagava nada. Thumbs down geral, aliás, para a instituição que explora os monumentos, por ter decidido começar a cobrar bilhetes para a entrada em castelos e em todo o lado. Não reparei que as pedras estivessem mais bonitinhas...



Um thumbs down final para o que toda a gente já sabe: as indicações surreais das estradas portuguesas ou talvez a sua ausência. Talvez tenham estabelecido um convénio com as gasolineiras... Ou os engenheiros estão precisados de uma cadeira de lógica nos seus cursos...



E concluo com um par de thumbs up, para que não se diga que só falo mal. "Pois, esse Master só diz mal de tudo mas não faz coisa nenhuma. Onde é que estão as soluções, hã, hã?", sabem como é... Thumbs up para o restaurante A Mó, em Tomar. Pequenino mas simpático e asseado, familiar mas com bom serviço, boa culinária e bons preços. E thumbs up globalmente para os restaurantes de Peniche, onde o serviço continua, opostamente à Nazaré, simpático, a culinária excelente e os preços perfeitamente aceitáveis.

Disparates históricos (3)


Há disparates históricos perigosos de que já tenho falado quando calha, ainda que pouca gente compreenda que tenho razão e algum conhecimento - precisamente por parecerem disparates; mas, como dizem os franceses, la logique est une patate! Nomeadamente o facto de todos estes conflitos com o Islão datarem, não da fundação do estado de Israel, não da ocupação do Egipto por Napoleão ou pelos otomanos, não das famigeradas cruzadas, mas sim da perda nunca aceite do império árabe. Não que fizesse muita diferença alguém acreditar ou não...
No entanto, é o número dois da organização terrorista Al-Qaeda, quem agora se chega à frente para corroborar o meu ponto de vista. Acaba este sunita que, sem lógica alguma possível, incita os xiitas iraquianos à rebelião, de afirmar numa gravação de vídeo que a sua organização "libertará todos os lugares que foram terra do Islão, do Al-Andalus ao Iraque".
O disparate maior, e tão disparatado que é, não está tanto na possibilidade da reconquista, embora deva lembrar a essa gente que, cá pela minha zona, somos celtas e visigodos e lhes faríamos a vida muito negra para além dos seus piores pesadelos, mas sim nesse apego a coisas tão velhinhas e que só têm levado à miséria e ignorância nos países onde os imãs políticos ditam leis. Se perdessem um pouco da mediocridade que há séculos a religião lhes impinge e dedicassem toda essa sanha a melhorar os seus países sem se preocuparem com as culpas de terceiros, certamente que em algum tempo passariam a ter menos de que se queixar. Têm todos direito às suas crenças e modos de vida. Claro. Eu, de qualquer modo, nem sequer dou conselhos... Só sugestões.

segunda-feira, julho 24, 2006

Faltas dos deputados vs faltas dos docentes


Desejo apenas recordar à excelsa ministra das chicletes, da próxima vez que se lembrar de atirar as suas costumeiras bojardas manipuladoras acerca das incomensuravelmente fatélicas faltas dos calaceiros professores, à nossa querida e estimada Lurditas que nos propõe faltarmos um máximo de cinco dias por ano (incluindo doenças, desconto em período de férias, assistência a menores, assistência a idosos, assistência a familiares deficientes, nojo, gravidez e tudo o mais) ou ficarmos com mais um ano de paralisia na carreira, que:
- No primeiro ano da X legislatura os deputados deram mais de 1900 faltas a 103 sessões plenárias, embora apenas 13 não tenham sido justificadas;
- Dos 230 deputados do nosso parlamento, nenhum perdeu o mandato por faltas e as ausências injustificadas de gente como José Lamego e João Cravinho, ambos socialistas, vão ser "limpas".

Ora, quem são os maiores faltistas, segundo informações prestadas pela AR à Lusa e relativas ao período compreendido entre Março de 2005 e Abril de 2006?
José Lamego (PS), faltou 24 vezes, quatro das quais sem justificação; João Cravinho (PS) faltou dez vezes, duas das quais injustificadas, tendo ainda os igualmente socialistas Sandra Marisa Costa e Paulo Fonseca faltado uma vez sem justificação; Paulo Pereira Coelho (PSD), Paulo Portas (PP), Telmo Correia (PP) e o ascético Francisco Louçã (BE), contaram, todos eles, com igual falta injustificada.
Mas os mais faltosos foram mesmo Virgílio Almeida Costa (PSD), com 45 faltas, Marques Mendes (PSD), com 43 faltas, Jerónimo de Sousa (PCP) e Manuel Maria Carrilho (PS) com 42 faltas, Paulo Rangel (PSD), com 38 faltas, e Ceia da Silva (PS), com 36 faltas. E a lista continua... Paulo Portas, registe-se, chegou, mais de uma hora atrasado a cerca de um terço dos 103 plenários, o que ficou registado como "presença parcial". Os serviços da AR, registe-se igualmente, recusaram-se a indicar as razões das justificações de tanta falta, por serem "confidenciais" .

É bom que os portugueses vão entendendo quem nos governa... Não são, certamente, os professores.






sexta-feira, julho 21, 2006

Disparates históricos (2)


Quando os "homens mais bem vestidos da Disney", conforme Johnny Depp os apelidou, assistiram às primeiras filmagens de Piratas das Caraíbas - A Maldição do Pérola Negra, sucederam-se os telefonemas nervosos a propósito: "O que é que ele está a fazer com as mãos?"; "Ele está bêbedo?"; "É gay?"; "O que é que ele é?"...
O que todos eles, como sempre, não conseguiram entender de imediato, foi que os Piratas das Caraíbas eram Johnny Depp e que Johnny Depp era Jack Sparrow. Mesmo no segundo e descaracterizado Dead Man's Chest, que vale a pena ir ver apenas pela personagem principal ou quase única...




Imagem de http://news.yahoo.com.

quinta-feira, julho 20, 2006

Morte pune Rosa Casaco



Morreu Rosa Casaco, o orgulhoso assassino do General Humberto Delgado que a "justiça" nunca foi capaz de punir. O crime compensa vastamente para quem não pertence à arraia miúda e só a morte vem, agora, fazer a sua justiça inabalável. Convido-vos a rezar uma oração à vossa divindade preferida por todos os inocentes que diariamente morrem e só surgem como rostos anónimos nos obituários e números vagos nas notícias...

terça-feira, julho 18, 2006

Malditos estrangeiros!


A nossa terra é tão bela, tão variada, e talvez o único local do mundo onde ainda existe a noção de humanidade.
Somos afáveis, hospitaleiros e aprendemos qualquer língua bem e de modo inato.
A nossa culinária, mesmo a nossa culinária, é saudável e verdadeiramente única - só o bacalhau tem, pelo menos, mais de mil receitas.
Podemos ser pequenos em território, mas temos um coração grande e, por entre uma história antiga de 900 anos, de que nos orgulhamos pelas nossas lendárias coragem e tenacidade, demos novos mundos ao mundo, espalhando a fraternidade e a concórdia.
Não há homens como os nossos, não há mulheres como as nossas e as nossas crianças ainda sorriem livremente um sorriso puro e singelo como não se encontra em outras terras.
Não somos mesquinhos nem egoístas e construímos o mundo em harmonia e bonomia - tantos poetas, tantos artistas, tanta gente importante nasceu na nossa terra, onde a alma verdadeira brota de cada torrão do solo pátrio fértil!




Como não acreditar plenamente em tudo o que venho de afirmar? Falei, a propósito, com grandes amigos de todas as nacionalidades, de todos os continentes... Espantou-me a sua inesperada cegueira nacionalista quando afirmaram, letra por letra, precisamente o que muito justamente afirmei atrás, só que acerca dos seus países... Plagiadores!
No final, infelizmente, tivemos todos que fugir em debandada porque muitos deles se zangaram, tendo começado a armar-se com mísseis, rockets e, inclusive, com facas conspurcadas pelas suas incompreensíveis invenções culinárias. Malditos estrangeiros!

domingo, julho 16, 2006

Alice Cooper: School's Out no MUSIK


Alice Cooper, menos conhecido pelo seu nome de berço, Vincent Furnier, cresceu no Arizona, onde frequentou Arte no Glendale Community College. Diz ele que pintava gente triste ou inexpressiva em tons escuros, o que era estranho, uma vez que interiormente se sentia feliz. Em todo o caso, não foi nas artes plásticas que Alice se tornou conhecido e sim no mundo da música, onde foi o descobridor, mais do que Bowie e outros da época, do rock teatral...
Ainda no liceu, estava-se na primeira metade da década de 60, constituiu a sua primeira banda, The Earwigs, que passaram a Spiders em 1965 e, depois, a Nazz. De acordo com uma das múltiplas versões de Alice, em 1968 descobriu-se que havia outra banda com o mesmo nome... Certa noite, por brincadeira, a mãe de Alice juntou-se aos membros da banda com um tabuleiro Ouija. Muito rapidamente, o ponteiro começou a desenhar o nome A-L-I-C-E-C-O-O-P-E-R, explicando ainda que Vincent era a reencarnação de uma jovem assim chamada, que tinha morrido na fogueira, algumas centenas de anos antes, devido a acusações de bruxaria. Estava encontrado um novo nome para a banda!
São muitas as histórias e estórias em torno da personagem, mas terão que ficar para uma biografia mais aprofundada. A verdade é que, em 2006, 30 álbuns gravados, Alice soma e segue. Casado há 30 anos, o que actualmente constitui um feito, também conhecido nos meios do golfe profissional e ainda dono de um restaurante (bom, pelos vistos) em Phoenix, Alice gravou o tema que hoje vos trazemos no MUSIK, o célebre School's Out, em 1972 e para um álbum homónimo. Achei por bem dedicar este tema ao Verão que aí está, aos alunos para quem o ano escolar está out e ainda a todos nós que, apesar das poucas férias, ainda nos lembramos do que era ter muitas férias... Como aqui se encontra reservado o direito de admissão e não se aceitam hipocrisias bacocas, não me venham com tretas do género "produtividade e coisa e tal". Obrigado e apreciem...

sexta-feira, julho 14, 2006

Exames: Governo omite e engana

A ministra e os seus algozes - a legião toda, dos grandes aos microscópicos - decidiram que os exames de Física e de Química do 12º ano vão poder ser repetidos. A preocupação, dizem, é com os resultados, menos bons que em 2005. O Governo está tão preocupado com os alunos que até se propõe fazer o que a ninguém, nunca, passou pela cabeça fazer! Hurra...
A questão real é que, como todos sabemos, os exames continham vários erros de palmatória! Pior, como alguns sabem, os nossos altos e baixos responsáveis estavam perfeitamente a par, mas optaram por manter a farsa! Assim, tentam salvar a face com mais uns punhados de areia para os olhos do povo manietável...
A minha proposta, que não é nova para os leitores, é muito simples: em vez de atormentarem e maldizerem quem trabalha, arriscando-se assim às penas infernais, por que razão não se demitem todos, desde a ministra e amigos aos incompetentes elaboradores de exames (e que coisa complicada é elaborar um exame!), terminando nos funcionários que pactuam com este estado de decrepitude?

quinta-feira, julho 13, 2006

Comissão Europeia persegue Microsoft

A chernética Comissão Europeia insiste na guerra santa contra a Microsoft. E eu não recebo nenhuma avença de Bill Gates, o que é tristemente verificável pela análise, superficial ou aprofundada, dos meus extractos bancários...
No entanto, no entanto, dois anos atrás, la Comission multou a empresa em 497 milhões de euros em consequência de acusações de monopólio. Agora, volta à carga com nova coima de 280,5 milhões de euros, precisamente pelo mesmo, quantia que, aliás, nem eu nem, penso, nenhum dos meus leitores conseguimos abarcar de forma concreta e realista. A Comissão pretende obrigar a Microsoft a divulgar à concorrência os pormenores técnicos do Windows... É um pouco como pretender forçar a Coca-Cola a entregar a sua fórmula secreta. Ou obrigar a própria Comissão e os parlamentos e restantes órgãos nacionais e plurinacionais a divulgar o que se passa lá dentro (mau exemplo)!
É verdade que há casos de programas que deixam de ser compatíveis com os nossos computadores em resultado das actualizações do Windows, mas...!
Gostaria de deixar aqui, neste meu modesto espaço, desapercebido para os comissários, que só lêem coisas importantes, a sugestão de passarem severas multas a cartéis institucionalizados como o da Galp, o da EDP ou o das Águas. Por exemplo. depois, poderemos falar...

terça-feira, julho 11, 2006

Shine on you crazy diamond

Syd Barrett, nascido Roger Barrett, faleceu aos 60 anos de idade, em consequência de problemas relacionados com a diabetes. Espero não ter de vos dizer de quem se trata! Googlem um bocadinho... Por acaso, tenho um breve filme, obra de papparazzo, de Syd em 1998, em que este surge numa rua, aparentemente algo desorientado, envelhecido, gordo e careca. Mas é melhor relembrá-lo assim. Paz...



Pormenores aqui

segunda-feira, julho 10, 2006

Thumbs down para Zidane, thumbs up para Itália



Eu até nem simpatizava particularmente com a equipa italiana e estava apenas a olhar de relance e ocasionalmente para a final da Copa num restaurante. Mas confesso: depois da exibição de Zidane - e da equipa francesa -, somada ao fair play dos italianos, tudo mudou...
O argelino Zizou terminou a sua carreira internacional da pior maneira possível e não merecia uma proibição de jogar um par de jogos, mas sim o resto da vida. E ainda estava a choramingar - que lata! Um homem daquele tamanho a comportar-se como um puto! Que mais? Foi pena também o árbitro ter perdido uns amarelos contra França e, sobretudo, um canto assassino - mas admito que não tenha visto. E foi lastimável, oh, tão lastimável, uma vez mais para quem duvidasse, ver Domenech aos pontapés a garrafas sem sequer o vislumbre de um cartãozito!
Quanto à equipa italiana, revelou um fair play excepcional, nomeadamente tendo em conta a situação presente daquele conjunto de bons jogadores, prestes a passar à segunda divisão ou a ser desbaratados ao preço da chuva.
Quando a vitória italiana surgiu, todos, mas todos, no restaurante batemos palmas como se se tratasse de uma vitória portuguesa. Que imoral teria sido uma vitória dos franceses!...
Thumbs down para os franceses. Thumbs up para os vencedores.



Imagens de http://nogreaterlove.org.

sexta-feira, julho 07, 2006

Augusto Mateus soma bloqueio ao bloqueio


O antigo ministro da Economia de Guterres, Augusto Mateus (na foto, a olhar para o lado de fora), afirma que "o plano tecnológico não existe" e que "Portugal não deve continuar a inventar actividades ligadas às novas tecnologias e deve, pelo contrário, olhar para os sectores onde já tem vantagens".
Não poderia estar mais de acordo nem menos de acordo... Também não consigo entender o "plano tecnológico" do actual Governo. E acho que não vale a pena gastar dinheiro sugado aos portugueses em projectos "tecnológicos" perfeitamente inúteis, em lugar de se apostar em coisas eventualmente palpáveis: o desenvolvimento e fabrico de chips e outras peças de hardware, bem como de software original, procurando criar e captar investimento efectivo nessa área.
Já o abandono da aposta nas novas tecnologias e a aposta nos sectores onde Portugal "já tem vantagens", parece-me coisa de força de bloqueio, como se Portugal já não fosse, no seu conjunto, suficiente força de bloqueio. E gostava que Augusto Mateus nos esclarecesse acerca de quais serão esses sectores tão vantajosos, uma vez que me fazem pensar em pastas escondidas com palavras-passe complicadas no fundo do Windows.
Vemo-nos, então, a braços com o bloqueio de duas incompetências simultâneas: a do Governo e a dos antigos governantes, de quem não nos lembramos de terem feito algo de particularmente notável. Estamos feitos!


Imagem de www.jornaldamadeira.pt.

Pensamento profundamente filosófico do dia (8)


A ninguém ocorre condenar o lento caracol por preguiça, o rápido colibri por pretender mostrar falsa eficiência, o pavão por vaidade excessiva, a formiga por comportamento comunista ultrapassado, o tigre por individualismo agressivo, a hiena por desrespeito... No mundo dos humanos, pelo contrário, neste centro do cosmos em torno do qual volteiam deuses vagamente antropomórficos, onde tudo é prateleirizado, homogeneizado, raramente as características únicas do indivíduo têm direito ao respeito e à aceitação.



Imagem de www.clerccenter.gallaudet.edu/.

quinta-feira, julho 06, 2006

32 minutos


E assim foi... França voltou a bater Portugal graças à marcação de uma grande penalidade aos 32 minutos de jogo. Parece que Nossa Senhora de Lourdes meteu mais cunhas que a sua colega de Fátima... Ou terá sido da Guadalupe?
Um jogo bem disputado, em todo o caso, um espectáculo melhor que o de Inglaterra ou que o da Holanda. Ambas as equipas se bateram bem, assistimos a grandes jogadas (adoro ver o Cristiano Ronaldo a enganar vários adversários em simultâneo!), mas foi o que aconteceu e, agora, trata-se de não esquecermos o desafio face à Alemanha e de tratarmos de nos unirmos para que se obtenham sucessos em outras áreas para além do futebol. Sim, sim, eu sei...

Apenas alguns thumbs down inescapáveis:

- Como é que o árbitro uruguaio, que provavelmente não gosta de Scolari, assinalou (bem, embora numa falta não propositada) a grande penalidade contra Portugal, mas não viu o claro empurrão na grande área francesa que poderia ter originado a igualdade?

- Como é que o árbitro não mostrou um cartão qualquer ao treinador Domenech, perante o seu claro comportamento simiesco?

- E mais um thumbs down muito especial para o repórter da SIC que, ao entrevistar Madaíl, mentiu descaradamente, afirmando que Scolari tinha acabado de "criticar duramente o árbitro"!

Curiosidade final: Há uns dias, alguém me contou que um vidente qualquer tinha previsto que o vencedor do campeonato seria a Itália. Na altura, respondi: "Deve ter sido um vidente italiano!". Agora, quem sabe se tudo não está nas estrelinhas? Boa noite.



Imagem de http://news.yahoo.com.

terça-feira, julho 04, 2006

Coisas de papá...

E agora, um post à maneira daqueles blogs familiares que por aí andam...


Meu querido Alexandre, peço-te muita desculpa de não ter estado contigo nos últimos dias... O teu papá está com um bocado de trabalho e, ainda por cima, absolutamente asténico; noutras palavras: cansadíssimo; noutras palavras ainda: bastante impróprio para consumo.
Mas estás e estarás sempre no meu coração e não são uns dias que alguma vez quebrarão o elo forte que nos une. Beijinho grande do papá Jorge.

Wasteland escolar


Há, neste momento, 20 estabelecimentos de ensino sem gestão assegurada por professores da casa no país. Alguns solidarizaram-se com a EB 2,3 Inês de Castro, de Coimbra, outros cansaram-se, outros talvez se tenham zangado. O facto é que estas 20 escolas irão ter órgãos de gestão nomeados pelas Direcções Regionais de Educação, penso que durante todo o próximo triénio...
Em declarações ao Público de hoje, um dos professores de uma dessas escolas terá afirmado:"Há pessoas muito válidas, lá fora, que podem fazer coisas muito positivas". Santa ingenuidade! (é por isso que o país não vai para a frente -lol sem lol) Os nomeados nunca defenderão os interesses das escolas pelo simples facto de que respondem directamente perante os homens e mulheres de cinzento das Direcções Regionais! Os nomeados sempre serão mais papistas do que o papa e estenderão o tapete vermelho sempre que a ministra e os seus acólitos pisarem terreno da escola! Os nomeados estar-se-ão - facto absoluto humano - nas tintas para as escolas que os acolherem, simplesmente porque não são suas! Mais, é muito possível que os nomeados sejam incompetentes e causem um sem-número de guerrilhas internas nas escolas que os acolherem! Dizem que é a sofrer que mais se aprende... A escola é um local de aprendizagens... Profícuas sejam!


Imagem de http://home.att.net (aguarela de John Zeissig).

Children of the corn (2)


Está, finalmente, a decorrer o julgamento dos 13 menores que, em Fevereiro passado, assassinaram um transexual sem-abrigo, de quem já costumavam abusar, na cidade do Porto. "Vamos dar lenha ao Gi!" era, segundo declararam, a palavra de ordem dos menores que, "por divertimento", conforme declararam também, espancaram, queimaram com pontas de cigarros, violentaram e lançaram Gisberta a um poço escondido com 15 metros de profundidade, apesar dos seus pedidos de clemência, após decidirem que queimar o corpo - ainda em vida - poderia provocar um incêndio.
O Ministério Público pede, para os menores, penas máximas de 10 a 15 meses e ainda, para dois deles, apenas um plano de acompanhamento escolar e familiar. De acordo com o jornal Público, à saída do tribunal onde a justiça se jogava, estaria Alberto Tavares, padre católico responsável pelas Oficinas de São José, que se exaltava contra os jornalistas presentes, exclamando: "Se fossem vossos filhos, não faziam isto!"
Comentários para quê? The children of the corn strike again and they have plenty of parents.


Imagem de www.therant.info/.

segunda-feira, julho 03, 2006

O Dedo


J. encontra-se sentado sobre uma rocha lunar, no meio de uma planície lunar, no interior de uma cratera lunar, rodeado de fina poeira lunar. O céu alto e baixo, negro como só a noção de negro, assemelha-se a uma vasta mortalha de veludo, pontilhada de inúmeras lâmpadas perfeitamente estáticas, cada uma delas apontada na sua direcção. O imenso globo achatado e azul da Terra invisibiliza-se do outro lado do deserto.
Subitamente, um imenso objecto aterra num estertor silencioso, a não mais do que dez metros de distância, erguendo uma nuvem de poeira que logo inicia uma descida lenta, muito lenta, muito lenta, manchando a roupa que J. comprou recentemente, após meses de economias... Poderia ser um satélite perdido... Não. É o Dedo Divino! J. ergue-se com lentidão maior do que a de um sonho desagradável ou ainda do que o tempo que levaria a dizer o número 3,1416 até ao seu final...

DD - Arktzbxltmñökr!
J - Não entendi...
DD - Esqueci-me de ligar o tradutor, isto é linguagem sagrada, não podes entender. Bom, de que te queixas?
J - Não sei exactamente, é uma coisa um bocado complexa e entrelaçada. De que te queixas?
DD - Eu perguntei primeiro!
J - Porque é que estou a falar com um dedo?
DD - Dedo com maiúscula, se fazes o favor!
J - E então?
DD - É que é proibido falar comigo cara a cara!
J - Porquê?
DD - Já passaste a idade dos porquês! Eu fiz uma pergunta primeiro e tens obrigação de seres bem educado! De que te queixas?
J - Se te disser, ajudas-me?
DD - Depende do alcance da tua fé!
J - Como chegar daqui à Terra, ou a Vénus, ou a Mercúrio, ou ao Sol?
DD - Porta-te bem! Já te disse que depende!
J - Ajudas ou não?
DD - A ajuda está na fé!
J - Então... presumo que a resposta seja negativa.
DD - O que eu afirmo tem mais de mil sentidos!
J - Que bom... Serias capaz de descer ao meu nível e eliminar alguns deles?
DD - Não.
J - Não és omnipotente?
DD - Quando quero!
J - És ou não és?
DD - Só a Minha Palavra conta!
J - Mas a tua palavra tem mais de mil sentidos! Qual deles é que conta?
DD - Deixa que a tua fé te conduza!
J - O que é exactamente a fé?
DD - Não é explicável! Ou a tens ou não a tens!
J - Suponho que tenha alguma...
DD - Muito morno! De que te queixas, então?
J - Vais-me ajudar?
DD - Estás-te a repetir!
J - Tu também.
DD - Trata-me por Vós, que demonstra um respeito mais profundo!
J - Vós também.
DD - Gosto mais! De que te queixas?
J - Como é que sabeis que me queixo?
DD - Sabendo! Quando criei o Homem, criei-o queixoso!
J - Já me haveis ouvido queixar?
DD - Claro!
J - Quando?
DD - Quando, é absolutamente irrelevante! Nunca ouviste dizer que o tempo é uma ilusão?
J - E este sítio... é uma ilusão?
DD - Todos os sítios são ilusões!
J - Eu sou uma ilusão?
DD - Procura a resposta em ti!
J - Os meus órgãos internos, aquela dor de dentes que tive e a desgraçada da pedra no rim que já tive... são ilusões?
DD - Estás a passar das marcas!
J - Não vejo porquê...
DD - Mas estás!
J - Porque é que terminais quase todas as frases com uma exclamação?
DD - E tu, porque é que as terminas com uma interrogação?
J - Porque tenho perguntas a fazer...
DD - Não entenderias as respostas!
J - Bom, tendes ou não cura para os meus males?
DD - Não propriamente. É melhor consultares um especialista... A cura depende da tua fé!
J - Se me explicares, perdão, explicardes o que é a fé, talvez eu consiga fazer algo...
DD - Fizestes, perdão, fizeste bem em corrigir! A fé é não explicável, irracional!
J - Indicais-me que seja irracional?
DD - Como essa pedra na qual te sentas!
J - A pedra é real?
DD - Ilusão!
J - Bonito! Então, a fé é uma ilusão?
DD - A fé, a ciência, tudo!
J - Tudo é uma ilusão?
DD - Tudo é uma ilusão!
J - Vós sois uma ilusão?
DD - Eu sou uma ilusão de Mim Mesmo!
J - Deve ser por isso que estou aqui a falar com um dedo...
DD - Não menosprezes o Dedo Divino!
J - Não, não. Aliás, os dedos são muito importantes e servem para efeitos variados...
DD - Estás a ver?
J - Haveis substituído a exclamação final por uma interrogação!
DD - E tu terminaste com uma exclamação! Vê lá o tom que usas!
J - Bom, de volta ao que interessa: ajudais-me ou não?
DD - Já te expliquei que só tu te podes ajudar! Pareces lerdito!
J - Não é preciso ofender... Então, porque é que estamos para aqui a divagar?
DD - Pensei que acharias agradável dar um dedo de conversa... Aqui, perdido no meio do deserto lunar e tudo...
J - Estou cansado... Muito cansado...
DD - Então, dorme!
J - O chão é duro.
DD - A dureza é uma ilusão!
J - Bom, obrigado por tudo. Parece que não lidais com problemas comezinhos e é disso que eu preciso...
DD - Os problemas comezinhos são com as santas milagreiras! Eu sei delegar!
J - Então, as santas milagreiras existem de facto?
DD - Enquanto ilusões, claro que sim!
J - E o meu mal é uma ilusão?
DD - A resposta mora no teu interior!
J - Acho que entendi... Obrigado pela ajuda...
DD - De nada, sempre às ordens! Arktzbxltmñökr!

Rápida e silenciosamente, o Dedo Divino levanta vôo, perdendo-se na imensidão ilusória do cosmos ilusório. J. ergue-se muito lentamente em consequência da ausência de gravidade ilusória, tropeça num calhau ilusório, dá uma queda ilusória e rasga o joelho ilusório, de onde brota sangue ilusório.

J - Ainda bem que tudo é ilusório! Assim, já não tenho que me preocupar por não haver bons hospitais ilusórios nestas redondezas...


Imagem de www.solstation.com.

domingo, julho 02, 2006

Thumbs down para Sócrates ( e alguém ainda se admira?)


O governo socratino decidiu anunciar que as despesas com educação, seguros e energias alternativas deixarão de fazer parte das despesas dedutíveis em sede de IRS. Justificação absolutamente imbecil: trata-se de coisas que não se encontram acessíveis a todos!
Com que então, as despesas com a educação não são suportadas por todos e a partir do berço? Com que então, não existe uma escolaridade obrigatória que se pretende impôr até ao 12º ano?
Com que então, uma vasta maioria da população não tem seguro do automóvel (de que uma pequena parcela é dedutível), seguro de vida em função da aquisição de casa e muitos outros seguros mais - poderíamos começar a mencionar os agricultores que ainda existem e só terminar amanhã?
Com que então, tanta coisa com as energias alternativas e o que pretendemos, em termos práticos, é favorecer os monopólios e cartéis da energia e as sanguessugas que à custa deles vivem?
O que o governo socratino, tendencialmente neo-fascista, pretende é tornar Portugal num país de pobres de sorriso à banda, espécie de salazarismo para pior à século XXI. Já nada me admira... Qualquer dia, acabam-se os subsídios de férias e de Natal e ninguém vai poder pagar coisa nenhuma. Qualquer dia, proibe-se fumar, beber, rir, chorar, ter sexo, beijar em público, falar alto, dizer piadas, usar a net livremente, festejar aniversários e tudo o mais que der na telha a estas cabeças brilhantes que tanto estão a fazer pelo país. E está tudo maravilhoso porque o governo socratino e a sua infindável corte estão bem. Para quê preocuparmo-nos, então?
Thumbs down, down, down, muito down, para os incompetentes por avaliar que nos governam!





Imagem de http://nogreaterlove.org.

Ricardo: um herói


Tendo em conta o domínio absoluto que a equipa Portuguesa patenteou no jogo contra Inglaterra, creio que teria sido perfeitamente injusta uma possível derrota - possível embora por intermédio das botas tortas de Hugo Viana e de Petit (menos compreensível, porque mais habituado a estas lides).
Graças a Deus, tivemos um verdadeiro herói na equipa das quinas, o guarda-redes Ricardo, na foto do lado. Os ingleses não mandaram bolas ao lado ou à trave, mas depararam com o verdadeiro muro do guardião. Como já sucedera, aliás, em diversos momentos do desafio... Ricardo, basicamente Ricardo, salvou o resultado que, assim, nos permitiu suplantar a equipa nacional de 66.
Seria, agora, interessante oferecer uma goleada aos franceses, provavelmente favorecidos pelo árbitro no desafio com o Brasil, habituados a terem-nos como favas contadas. A ver vamos...
E como este não é um blog de futebol, por aqui me fico. Com uma homenagem ao guarda-redes que comprovou a clarividência ocasional (não quando manda Simão para o campo, por exemplo - todos o podemos comprovar) de Filipão ao contrariar as pressões para usar o, confessemo-lo, menos dotado Baía na selecção.


Imagem de http://news.yahoo.com.