It takes two to tango

Quantas vezes a vida não parece mais estranha do que a ficção? Isso é porque toda a ficção se inspira directamente na vida! É porque somos todos medricas que costumamos optar pela ficção. Só que este blog vai optar pela vida... ou algo assim...

terça-feira, maio 30, 2006

Sílvia Carreira na Alvarez

Na próxima sexta-feira, 2 de Junho, pelas 22 horas, é a inauguração de uma mostra de pintura de Sílvia Carreira na Galeria Alvarez - Avenida da Boavista, Porto. Apareçam!

Cepsa imita Artezé na Maia


Ainda na sequência do famigerado "caso Artezé", mencionado uns posts atrás e que teve o condão de chatear alguém que conhece a Artezé, mais um aviso para os maiatos...
A estação de gasolina Cepsa, sita frente ao McDonald's, perto da rotunda do Lavrador, tem uma estranha política de incumprimento de horários, notada por vários consumidores que lá formaram fila. Apesar do horário de encerramento de portas apontar para a meia-noite, à meia-noite menos um quarto já as duas funcionárias de serviço se tinham entricheirado no interior. Em lugar de procurarem atender os clientes que se começavam a amontoar antes de enfim debandarem para outros estabelecimentos, as cumpridoras funcionárias entretinham-se a mexer em moedinhas, lançando, de quando em vez, olhares enfadados para o exterior, ou sorrindo entre si enquanto prolongavam propositadamente a demora.
Achei que o responsável daquela estação de serviço gostaria de ter conhecimento da ocorrência, que teve lugar precisamente hoje... Se alguém o conhecer e lhe quiser transmitir a informação, estará a agir civicamente.

Ora, isto pode levar-nos a breves considerações sobre o capitalismo à portuguesa... Não sou, longe de mim, anti-capitalista. Considero o capitalismo a forma mais natural de estar no mundo. O que há é gente muito mal formada a rodos no nosso rectangulozito, o que leva a que por cá não exista, nem de perto de longe, nada que se possa parecer com capitalismo.
Expliquemo-nos... O capitalismo só pode existir se se alimentar a si mesmo. Tem que haver produtividade, risco, inovação, bom atendimento ao público, respeito por todos. Embora seja natural que nem todos ganhem exactamente o mesmo salário ao fim do mês, o dinheiro tem que fluir, mudar de mãos e patrocinar o consumo, não necessariamente o consumo próprio dos ignorantes, geralmente confundível com comportamentos próximos da inveja e da ganância. Bom, tendo em conta o declínio absoluto da economia portuguesa nos últimos anos, algo estará podre no reino da Dinamarca... Capitalismo à portuguesa? É tudo menos capitalismo. É ganância, desrespeito, pensamento centrado no umbigo, incultura, tudo menos um capitalismo funcional. É fácil de ver e sente-se bem na queda abrupta das condições de vida - apesar da falácia em que pode induzir o grande número de automóveis de luxo que por aí circulam... à custa da exploração alheia. É o salve-se quem puder. Houvesse, de facto, capitalismo e estaríamos todos muito melhor.
Quanto ao Estado, não é absolutamente nada alheio a esta situação... Age em demasia. E porquê em demasia? Em demasia porque geralmente mal e, pior, de forma imoral. Para o que este Estado faz, é caso para pensar se precisamos do Estado para alguma coisa... O Estado, como responsável máximo da Nação, impulsiona este anti-capitalismo caótico a que se decidiu chamar capitalismo. O Estado, incapaz de conciliar os seus interesses ocultos com os interesses dos cidadãos, opta pelos primeiros, dividindo para reinar e prejudicando (quase) todos.
E pensar que toda esta teoria partiu do mero facto diariamente verificável de o privado funcionar, em Portugal, muito pior do que tem por hábito acusar o público de funcionar. Com arrogância, considera-se dono da verdade. Com arrogância, vai desbaratando um país inteiro. Com arrogância, arranja forma de assacar as responsabilidades a quem as não tem de facto. Assim não fosse e também não teria de estar por cá com todo este palavreado... Boa noite e durmam bem.


Imagem de www.menzelphoto.com (fotografia de Peter Menzel).

segunda-feira, maio 29, 2006

Country Joe visita o MUSIK


Joe McDonald (ou Country Joe McDonald) nasceu em Washington DC, mas cedo se mudou para El Monte, nos subúrbios de Los Angeles, Califórnia, em virtude de perseguições políticas de que os seus pais se viram, então, alvo.
Alistou-se na Marinha aos 17 anos. Depois de três anos de serviço, frequentou o City College de Los Angeles e, depois, Berkeley, ainda que já dando atenção maior à música durante esse período.
Gravou o seu primeiro disco em 1964 e publicou a revista Rag Baby, de tendência esquerdista. Foi precisamente na Rag Baby e de forma inesperada que nasceram os Country Joe & The Fish, banda que o viria a celebrizar. Decidiu-se, então, publicar um número sonoro, no qual se incluiram os seus temas I Feel Like I'm Fixin' to Die Rag (sobre a prolongada e mortífera guerra do Vietname) e Superbird (uma sátira ao presidente Lyndon Johnson). Estava, considerou McDonald, na altura de formar uma banda e dedicar-se mais seriamente à música...
Os Country Joe & The Fish começaram por actuar com frequência na cena de Berkeley e de San Francisco, nomeadamente no Fillmore. Em 1966, sai a público o primeiro álbum da banda, Electric Music for the Mind and Body, com o selo da Vanguard. Embora I Feel Like I'm Fixin' to Die Rag estivesse previsto para inclusão neste trabalho, McDonald foi pressionado pela editora, pelo que o tema apenas viria a surgir no segundo álbum da banda.
Depois de já ter participado, em 1967, no Festival de Monterey ( o mesmo ano em que se apresentou à Costa Leste no célebre Cafe A Go Go), o músico tornar-se-ia conhecido de audiências mais alargadas através da sua inclusão na edição de Agosto de 1969 de Woodstock, com o subsequente filme, que o mostrou além-fronteiras.
Pouco depois, McDonald foi preso sob a acusação de incitar o público a comportamentos imorais, ao mesmo tempo que o seu companheiro de banda Barry Melton era detido por posse de marijuana. A banda ainda duraria algum tempo, mas acabou por se desmembrar em 1971.
Prosseguindo uma carreira a solo, McDonald demorou-se longas temporadas na Europa. O realizador escandinavo Knud Thorbjorsen convidou-o, inclusive, a participar, com três temas, num filme baseado no romance Quiet Days in Clichy, de Henry Miller. Quando a Grove Films pretendeu importar a película para as salas de cinema norte-americanas, esta foi apreendida por ter sido considerada obscena. A empresa viria, no entanto, a ganhar a sua causa em tribunal e o filme estreou em Nova Iorque, em 1971.
Até hoje, McDonald tem mantido uma carreira musical razoavelmente activa, dedicando igualmente grande parte do seu tempo a causas políticas e ecológicas e, mais recentemente, à defesa dos veteranos do Vietname. A direita conservadora norte-americana ainda não perdoou, no entanto, o activismo do músico, como pude verificar através da consulta de variados sites que nem referirei e que dão a imagem negativa do americano como um fascistóide parolo e guardador de porcos. Adiante...
O tema que o MUSIK hoje vos oferece (façam o favor de o escutar nas alturas!) pertence ao álbum Here We Are Again, de 1969, e dá pelo nome de Crystal Blues, possivelmente um dos mais sentidos blues eléctricos brancos algum dia concebidos. Tocam Joe McDonald (Guitarra e voz), Barry Melton (guitarra solo), David Cohen (teclas e segunda guitarra solo), Gary "Chicken" Hirsh (percussões) e ainda Jack Casady, dos Jefferson Airplane (baixo). Os arranjos dos sopros pertencem a Ed Bland e a produção a Sam Charters. Há uma versão ao vivo absolutamente espectacular deste tema, a qual já tive a oportunidade de ter em audiocassete, mas que, muito lamentavelmente, não possuo actualmente...


Imagem de http://mitglied.lycos.de.

História literalmente infantil :)

Para aligeirar um pouco o peso justificado que aqui se poderá, ocasionalmente, gerar, afastando potenciais leitores mais auto-sensíveis para blogs que "não fazem sentir mal", eis uma história infantil... Literalmente infantil. Enquanto escrevia um dos meus poemas, o meu Alexandre leãozinho, que fará oito anos em Agosto, presenteou-me com uma prosa. Se acharem lamechas colocá-la aqui, paciência... Isto é um pouco como as cartas de amor: ridículo é quem nunca as escreveu. :)


O GRANDE ACONTECIMENTO



Amanhã é o grande dia! A multidão vai-se juntar e a princesa ursinha vai ser nomeada rainha. Mas houve pessoas que se recusaram a ir à festa! O esqueleto (Max Creepy), o Monstro da Lama (Cricaxi) e o vampiro (Drácula), como é óbvio, foram castigados e o rei disse:
- Seus impostores, já para a cadeia!
Que fizeram eles? Ora, foram para a cadeia!
- Sai, Frankenstein! Não entras na história!
- Está bem, está bem!
- Ah, pois!
- Tchau!
- Tchau!
Então, vamos continuar... Bom, levaram o rei para a cadeia, mas como o príncipe (noivo da princesa) já era rei, pegou na sua espada e salvou o rei!
Foram felizes para sempre.

domingo, maio 28, 2006

Novo Decreto-Lei sobre avaliação em primeira mão!


Acaba de ser publicado no Diário da Respública, o seguinte decreto-lei, do qual vos passamos a dar conhecimento:

Decreto-Lei 0000/00, de 28 de Maio de 2006, relativo à avaliação dos portugueses.

1 - Respeita o presente Decreto-Lei à avaliação geral dos portugueses.
2 - Fica, assim, decidido que:
2.1. - Tendo em conta que a classe docente se encontra entre os cidadãos mais bem preparados deste nosso Portugal, decreta-se o seguinte:
3. - Os professores passarão a avaliar, com periodicidade semanal, os encarregados de educação. Encarregados de educação com avaliação negativa pagarão aos professores uma coima cuja quantia exacta deverá ser decidida pelos mesmos em cada ocasião;
3.1. - Encarregados de educação com 2 (duas) avaliações negativas terão que entregar os respectivos educandos a instituições de solidariedade social por um período de tempo nunca inferior a 2 (dois) anos;
3.2. - Encarregados de educação com 3 (três) avaliações negativas serão imediatamente despedidos dos respectivos empregos, com justa causa, sem direito a qualquer tipo de indemnização e impossibilidade de trabalhar por um período mínimo de 5 (cinco) anos, sob pena de prisão com duração nunca inferior a 10 (dez) anos e pagamento de coima de valor a instituir, no momento, pelos docentes;
3.3. - Encarregados de educação com 4 (quatro) avaliações negativas, serão condenados à cadeira eléctrica, que o presente Decreto-Lei passa a instituir, pena essa a aplicar num prazo máximo de 2 (duas) horas;
4. - Os professores passarão a avaliar, de igual modo e com periodicidade diária, os elementos da classe política. Políticos com 1 (uma) avaliação negativa, seguirão directamente para a cadeira eléctrica, sem passar pela casa da partida e sem receber 2 (dois) euros;
5. - Os professores passarão a avaliar, de igual modo e com periodicidade diária, os trabalhadores de outros ramos. Trabalhadores com avaliação negativa deverão passar a trabalhar como professores, nas condições até este momento instituídas e que o presente Decreto-Lei revoga, por um período máximo de 5 (cinco) vidas, dando-se preferência a estabelecimentos de ensino localizados em áreas socialmente problemáticas;
6. - Os professores passarão a avaliar, de igual modo e com periodicidade diária, a classe empresarial. Empresários com 1 (uma) avaliação negativa, deverão dirigir-se directamente ao período da Revolução Industrial e assumir o papel de operários não-qualificados e com agregados familiares mínimos de 20 (vinte) elementos por um período mínimo de 5 (cinco) vidas. Em casos mais graves, somar-se-lhes-á a estadia em prisões inglesas do século XIX, juntamente com o respectivo agregado familiar, durante um período mínimo de 10 (dez) vidas.
7. - Nos casos mais graves de avaliações negativas de políticos e empresários, o presente Decreto-Lei anula as penas anteriormente definidas, substituindo-as por condenação directa às penas infernais para a eternidade.

A bem de Portugal.

P'lo super-ministro vitalício para os casos de psicose galopante colectiva:

Master Minder.


Imagem de www.dizpins.com.

Pensamento profundamente filosófico do dia (4)




Enquanto o homem honesto avança de peito aberto em cada situação, os servos da pusilanimidade escudam-se atrás de supostos protocolos sociais.






Imagem de http://clerccenter.gallaudet.edu/.

Que tipo de droga são vocês?

Aqui vai um testezito para vos entreter... Desde já e embora não deva nada a ninguém, tenho a dizer que não gosto de drogas - só para não haver aquelas pequenas elaborações mentais típicas das pessoas. De resto, lembrem-se que it's all in good clean fun! :)


Your Personality Is Like Acid

A bit wacky, you're very difficult to predict.
One moment you're in your own little happy universe...
And the next, you're on a bad trip to your own personal hell!

sábado, maio 27, 2006

Jack Welch dá tareia a empresários portugueses


Jack Welch, que presidiu aos destinos da gigante norte-americana General Electric durante 20 anos e que foi, em 1999, considerado gestor do século pela revista Fortune, esteve em Lisboa a convite do Jornal de Negócios e do Fórum para a Competitividade, tendo aproveitado para dar uma pequena tareia à assistência (pseudo)empresarial.
"É humilhante para os portugueses a percepção que o exterior tem de Portugal, que é a de uma contínua degradação e declínio ao longo dos últimos anos", afirmou o empresário. "Causa-me impressão que os portugueses não se sintam envergonhados".
Muito a propósito da forma de encarar as empresas em Portugal, Welch afirmou: "O mais importante é gerir o capital humano. (...) A pessoa mais importante para mim numa empresa não é o administrador financeiro mas sim o administrador dos recursos humanos. Quem é mais importante para o desempenho de uma equipa de futebol? O gestor financeiro ou o treinador?"
E criticou ainda: "Em Portugal, encontrei mais associações do que empresas, sendo difícil de encontrar duas que concordem entre si e com o ministro da Economia".

Infelizmente, nado e criado português que sou, tenho a certeza que o discurso de Welch entrou a cem e saiu a mil.
Certamente que o empresário teria sido muito mais contundente se, de facto, compreendesse, o que se passa no nosso país... Corrupção, clientelismo, pura ganância imediatista e amadorismo a toda a prova em todas as camadas da sociedade, desde o Estado (que deveria dar o exemplo) às ditas empresas (que deveriam ser capazes de gerar a riqueza que o país não tem, pelo menos se quisessem merecer o nome de empresas e os seus gestores de empresários). Um estado de coisas em que ninguém consegue pagar a ninguém por, na base, existir um bom número de "chicos espertos" que minam a totalidade do sistema, sabendo de antemão que a lei é demasiadamente burocrática e lenta para agir relativamente a essas situações. Um desprezo absoluto pelo factor humano, mencionado por Welch. Um discurso desesperado dos gestores maiores (o Estado), que começou com o desgraçado discurso do "país de tanga" (o seu autor foi recompensado com a presidência da Comissão Europeia) e continuou por aí fora, sendo que a política do actual Governo só tem contribuído para o agravamento da depressão e para o envio, a prazo, de grande parte dos portugueses para um certo limiar da pobreza. Em tudo isto, os mais atingidos são os funcionários públicos (cuja missão reside em servir os cidadãos nas suas áreas específicas e não em "gerar riqueza", papel esse que deveria, como é óbvio, caber às empresas, caso existissem), o que torna o Estado uma "pessoa de mal", que não só não toma conta dos seus, como ainda os vai destruindo paulatinamente pelo simples facto de ser incompetente para fazer algo de mais construtivo.
Entretanto, damos de caras com blogs como um tal Fórum de Joane (de que nos escusaremos a dar o endereço, além de que encontra escrito naqueles caracteres meio incompreensíveis que alguns consideram interessantes) em que se desejam cortes sobre cortes na função pública, em jeito de maldição, porque terá sido afirmado no jornal Público que os funcionários públicos ganham o dobro dos seus congéneres na privada. Tenho a dizer, se falamos em salários e enquanto professor, que nos últimos dez anos vi o meu salário congelado meia dúzia de vezes (façam as contas - lembra-me, aliás, os congelamentos sucessivos praticados no Brasil no tempo da ditadura, os quais levaram a que a economia nunca recuperasse), assim como a carreira congelada pela nossa ilustre ministra e assessores, designadamente o senhor Valter Lemos, de quem já ouvi coisas interessantes a gente que o conhece. E acrescentar que, durante o tempo em que fui jornalista (pago à maneira do Porto, embora não me deva queixar demasiadamente face à minha situação de funcionário público), já há uns bons anos, tive oportunidade de conhecer jornalistas do Público, nomeadamente de Lisboa, e que, na época, um salário de 400 contos era considerado motivo de descontentamento. Se quiserem comparar, contas limpíssimas, encontrando-me eu no 7º escalão da docência (num total de 10), e sendo, como a ministra afirmou num célebre Prós e Contras, "um profissional altamente qualificado", aufiro 1400 euros mensais em 2006, para preços de 2006. Façam as contas, que diabo!


Imagem de www.onpointradio.org (fonte: Público).

sexta-feira, maio 26, 2006

Finalmente, vi O Código da Vinci!


Esse aí em cima (que, por acaso, representa um excelente papel no filme), aproxima-se um pouco dos críticos que, em Cannes, como anteriormente noticiei, apuparam, assobiaram e se riram (consumo de substâncias ilícitas, talvez), o filme de Ron Howard, baseado na obra de Dan Brown.
O Código da Vinci conta com representações absolutamente profissionais de todos os actores, uma realização clássica mas irrepreensível que, de qualquer forma, conta com alguns momentos "artísticos", e fidelidade bem conseguida relativamente ao original.
O único problema que posso ter vislumbrado poderá estar no facto de a película se destinar, por vezes, a quem já tenha lido o livro. Ou seja, num ou noutro momento, se não conhecermos a história poderemos, eventualmente, não comprender totalmente alguma ocorrência pontual.
De resto, o filme não tem suspense por ser demasiado fiel ao livro? O livro é mais ritmado enquanto livro do que o filme enquanto filme? Gobbledigook! Puro lixo de quem dedica a vida a destruir o que outros se dão ao trabalho de construir. Um livro é um livro e um filme é um filme. O filme é bom. Ponto final.
Uma última palavra para as anunciadas intenções de boicote por parte de pseudo-religiosos... O anti-cristo não aplaudiria o Código da Vinci. Só posso, portanto, entender que esses grupos de gente zangada e decidida não primam nem pela inteligência nem pela sensibilidade. E quem tem vontade de seguir uma organização de gente burra?


Imagem de www.mtv.com.

O Francês em calinadas inenarráveis

Sempre me espantou a quantidade de erros de palmatória que surgem nas traduções de livros e na legendagem de filmes, ainda que esteja perfeitamente a par do facto de que as traduções são: a) Para ontem; b) Pessimamente mal pagas; c) Para os amigos e não para tradutores.
É verdade que temos, por vezes, aqueles toques de genialidade de base egocêntrica de certos tradutores de renome, como seja traduzir Une saison en enfer (Uma temporada no inferno, por exemplo) por Uma cerveja no inferno, só para mostrar que o tradutor é tão, mas tão culto que, passando em absoluto por cima do autor, faz questão de mostrar ser conhecedor de que, à época de escrita da obra, existia a marca de cerveja Saison! Mas adiante...
Recordam-se daquele par de livros que dava pelo nome de História de Portugal em Disparates? Bom, o que hoje vos apresento é mais específico, mas situa-se na mesma dimensão do que acabo de referir. Trata-se do Francês em Disparates... Um cartaz que se encontra exposto numa sala de aula de uma escola secundária, elaborado por duas alunas e dois alunos do 9º ano de escolaridade (nível 3 de Francês). Eu não afixaria semelhante monte de calinadas, umas atrás das outras, em lado nenhum. Mas seja... Na verdade, isto destina-se a quem entender, de facto, Francês. Peço desculpa de não apresentar a versão corrigida, de não sublinhar os erros, mas estes apresentam-se de forma demasiadamente contínua, demasiadamente fluída, o que torna a tarefa praticamente impossível.


COMMENT ÉPARGNER DE L'EAU?



DANS LE JARDIN



* Arrose les plantes de matin tôt ou à la nuit. Jamais tu n'arroses pas à l'après-midi parce que l'eau s'évapore rapidement. Quand ce sera possible les arrose avec eau déjà utilisée, par exemple, avec eau du lavage du fruit, de l'aquarium ou même de decuire des oeufs. Ainsi, encore tu as l'avantage de profiter de leurs éléments nutritifs.
* Quelques plantes ont besoin de peu d'eau. Il évite de les arroser sans nécéssité. Il demande à tes parents pour cultiver les plantes typiques de ta région, donc ils sont adaptés au climat.
* Laisse grandir un peu la relva (sic) de ton jardin, donc elle est plus verte et a besoin de petite eau.
* Quand tu laveras ta bicyclette utilise une auge d'eau au lieu du tuyau.
* Si tu as piscine tu ne la remplisses pas dans temps de la sécheresse.



DANS LA RUE



* Si tu tournes quelque rupture de canalisation demande à un adulte pour informer aux Services Municipalisés de la Chambre ou l'entité compétente.



DANS LA MAISON DE BAIN



* Prend des douches rapides de 5 minutes. Il ferme le robinet tant que te savonnes.
* Évite le bans d'immersion et épargne presque 400 litres d'eau par semaine.
* Remplit un verre avec eau pour laver les dents. Tu ne laisses pas robinet à decourir. Ainsi tu épargnes environ 9 litres par minute.
* Dit à ton père pour ne pas laisser eau à decourir quand sera en train de faire la barbe.
* Décharge la chasse d'eau seulement quand ce sera nécessaire. Tu n'utilises pas le cabinet de toilette comme carton des déchets.



DANS LA CUISINE



* Il ferme toujours bien les robinets. S'ils n'arrêtent pas de s'égouter, demande à tes parents qui appellent um plombier.
* Quand tu aideras tes parents à laver le vaisselle remplissent la lave-vaisselle et utilisent seulement l'eau nécessaire. Tu ne laisses pas eau à decourir.
* Les machines de laver vêtement et vaisselle seulement doivent être utilisées complètement pleines. Une machine bien pleine consomme petite eau dont deux avec le chargement incomplet.
* Il a toujours une bouteille d'eau pour boire dans le réfrigerateur. Ainsi, excuses d'deattendre jusqu'à ce qu'elle sorte fraîche du robinet.



ÉPARGNER DE L'EAU EST TRÈS IMPORTANT DANS NÔTRE QUOTIDIEN. CHAQUE GOUTTE DOIT ÊTRE MÉNAGE. TE RAPPELLES: SI TU NE GASPILLES AUJOURD'HUI, TU POURRAS AVOIR PLUS DEMAIN.



E voilà! Os tradutores dos nossos livros e filmes em anos vindouros.



Imagem de http://manaworld.free.fr.

segunda-feira, maio 22, 2006

John Cale humilha Elvis no MUSIK


Nascido a 9 de Março de 1942 no País de Gales, filho de um mineiro e de uma professora, desde cedo John Cale se revelou uma criança-prodígio, tendo apresentado uma composição original na BBC ainda os teens estavam para chegar.
No início dos anos 60 foi estudar música para Nova Iorque, graças a uma bolsa obtida com a ajuda de Aaron Copland e Leonard Bernstein. Multi-instrumentista, pioneiro do movimento minimalista, chegou a tocar num recital de 18 horas com John Cage, o que foi notícia nos jornais.
Terá, porventura, ficado mais conhecido pela sua participação nos Velvet Underground, uma banda que fez história mas que desde o início foi fabricada com base em personalidades dissonantes... Talvez por isso tenha abandonado a banda em 1968, diz-se que por pressões de Lou Reed que, sentindo a liderança ameaçada, terá lançado um ultimato aos restantes elementos: ou ele ou eu!
Em todo o caso, Cale não precisava de Reed, como Reed não precisava de Cale, e o primeiro trabalho a solo do músico, Vintage Violence, viu a luz do dia em 1970. Ao contrário do que se poderia esperar, era uma colecção de canções não particularmente vanguardistas - Cale guardou, em geral, a sua face mais avant-garde para colaborações com nomes como, por exemplo, Brian Eno. Seguiu-se-lhe um consideravelmente mais experimental Church of Anthrax e uma carreira de muitos álbuns de facetas extremamente diversificadas, o que sempre tornou difícil catalogar o músico.
John Cale é igualmente reconhecido pelo seu trabalho como produtor, em particular nos períodos pré-punk, punk e new wave, tendo nomeadamente trabalhado com os Stooges, Nico, Patti Smith, The Modern Lovers e Squeeze, além de ter contribuído para a sétima arte como compositor e como actor.
O tema hoje apresentado no MUSIK, Heartbreak Hotel, é uma versão incendiária do clássico de Elvis, que deixaria perfeitamente envergonhado o autor original. Faz parte do álbum Slow Dazzle, de 1975.


Imagem de www.marcmarnie.com (fotografia de Marc Marnie).

Marques Mendes, salvador do ensino!


Marques Mendes surgiu agora com as mais grandiosas ideias para emagrecer o Estado.
Propõe o ilustre político que cada escola passe a contar com um gestor...
Ó Marques, sem sequer ter em conta o péssimo resultado que seria ter-se um estranho, absolutamente ignorante de um mecanismo de cuja complexidade não fazes ideia, a reger, por vezes, as vidas de vários milhares de seres humanos que nem sequer são uma empresa, mas que não o são nem de longe nem de perto, parece-me que alguma coisa te passa ao lado.
Como é que propões que se pague a esses gestores? Com salário de professor? Calamidade e laissez-faire assegurados. Com salário diferenciado face a uma população muitíssimo mal paga e cujos salários e carreiras têm vindo a ser consecutivamente congelados para tapar os buracos dos outros? Calamidade e laissez-faire. Em todo o caso, imagines tu sequer a primeira possibilidade, quer-me cá parecer que isso não pode, por natureza, contribuir para o dito emagrecimento.
Claro, tu nunca emagreceste. Como, em toda a tua vida, te limitaste ao mundinho exclusivo e apertado da política, não se poderá, em boa verdade, afirmar que entendas seja do que for... Mas falar é fácil e barato. Sabes que ninguém te pedirá contas dos disparates que inventares. E que nem a ministra e os seus fantásticos colaboradores se lembrariam de inventar!
Na mesma linha, tenho uma proposta a fazer e uma verdadeira solução de emagrecimento do Estado: despeçam-se os políticos incompetentes (todos) e coloquem-se no seu lugar gestores competentíssimos. Voilà!


Imagem de http://paginas.fe.up.pt.

domingo, maio 21, 2006

Política à portuguesa


Imagem de http://dn.sapo.pt.

sábado, maio 20, 2006

Breves dos humanos estranhos (4)


O Tribunal Criminal do Porto (de onde mais?) condenou o colunista do Público, Augusto M. Seabra, a indemnizar Rui Rio em 4 mil euros, mais 2160 euros em multas e as custas judiciais, por, num célebre artigo de Junho de 2003, ter apelidado o autarca portuense de energúmeno, ainda que o visado nunca tenha exercido o direito de resposta a que tinha legalmente direito. Segundo o juiz a quem foi entregue o gossip, há restrições no direito à crítica, mesmo quando o visado ocupa um cargo público. Para o magistrado, energúmeno significa um indivíduo selvagem, que não tem princípios, a exemplo de alguém que inflinge maus tratos a menores. Já o colunista esclarece que a palavra remonta ao teatro grego, servindo para designar alguém movido por uma obsessão que gera desacatos políticos e institucionais. Em que ficamos? Rui Rio pode ser, de algum modo, energúmeno ou não? A censura, essa, afigura-se cada vez mais um direito dos poderosos, mesmo nos Estados ditos de direito democrático.

E é preciso oxigénio depois de semelhante novidade... Os japoneses, sempre na linha dianteira dessas coisas, acabam de inventar o oxigénio em spray, brevemente à venda em estabelecimentos seleccionados. Sente-se cansado, deprimido? A prática de exercício rouba tempo precioso à sua empresa? Os patrões podem, agora, respirar de alívio... Com O2 Supli o caso fica resolvido!

Onde há falta de oxigénio é no topo do planeta, mais precisamente no cume do Evereste, a 8848 metros de altitude. Ainda assim, não falta quem pretenda experimentar o mal das alturas... O nepalês Appa acaba de bater um recorde ao visitar o local pela 16ª vez. Quanto ao neozelandês Mark Inglis, atingiu o cume apesar de ter ambas as pernas amputadas abaixo dos joelhos. E o japonês (de onde mais?)Takao Arayama atingiu as alturas com a belíssima idade de 70 anos, 7 meses e 13 dias, roubando a marca da idade ao seu compatriota Yuichiro Miura por 3 dias. Tudo casos para o Guiness.

Muito menos perto do céu, mas igualmente perto do Guiness, esteve uma polaca de 28 anos, capturada pela polícia alemã numa auto-estrada de Wiesbaden com nada mais, nada menos do que quatro vezes a taxa de alcoolémia permitida, ao mesmo tempo que conduzia um automóvel roubado, em contramão e sem carta de condução. Belo!


Fonte: Público. Imagem de www.mr-bill.de.

quinta-feira, maio 18, 2006

Dez mil obrigados!








Dez mil é um número bonito. O meu sincero muito obrigado a todos e todas que me têm visitado. São muito bem vindos na casa do Master. Agora, resta-nos, à falta do Euromilhões, lutar pelo milhão!
Um grande abraço a todos e uma óptima quinta-feira!

quarta-feira, maio 17, 2006

Código Da Vinci leva risos, apupos e assobios


Ler no Público



Apupos, risos e assobios: a macacada do costume de quem nunca fez mais na vida do que escrever uns parágrafos a soldo do patronato e se acha extremamente intelectual. Provavelmente, os mesmos que aplaudem Manuel de Oliveira e mentem descaradamente quando afirmam adorar Ulisses...
Sem perder de vista que se trata de um produto de Hollywood, pretendo, tanto mais que se afirma ser o filme geralmente muito fiel à obra, ver do que se trata. Poderei não sair da sala de cinema com a sensação de ter assistido à sessão da minha vida... O que não desejo é alinhar nesse tão lamentável snobismo movido por pequenas fogueiras das vaidades onde a inveja é rainha e comportar-me como um babuíno antes de chegar a casa e vomitar ao ver-me no espelho. Não foi, de qualquer modo, para isso que decorreram milhões de anos entre os primeiros símios nossos antepassados e a beleza frenética que hoje somos enquanto espécie.






Imagem de www.showbizz.net.

segunda-feira, maio 15, 2006

Boicote pacífico aos estabelecimentos de novos-ricos


É um sinal de novo-riquismo e uma moda que, se bem conheço Portugal, pode tender a pegar...
Por acaso não vos aconteceu já, nestes últimos tempos e deixando as esplanadas de lado, estarem num café ou num bar e pedirem-vos o pagamento do vosso consumo mal vos estão a servir? Episódio: a mim, já me aconteceu um empregado desajeitado vir-me dizer quanto era a meio de uma tosta mista. Nesse caso: lol. Paguei no fim, claro.
Bom, o que eu pergunto é: não vos incomoda?

Convite à rebelião generalizada: quando isso vos acontecer, simplesmente não voltem ao local e espalhem a palavra. É a forma de mais uma prática imbecil não se vulgarizar.




Imagem de www.pythonline.com.

Pensamento profundamente filosófico do dia (3)


Há um certo tipo de mulher cuja vaidade a leva a concluir que não podemos viver sem ela se nela reparamos e que não podemos passar sem ela se a ignoramos. Perante tão desprovida análise, a melhor resposta seria um meio-sorriso. Porque não sorrimos, então, quando com alguém assim nos deparamos? Eventualmente, por vaidade...






Imagem de http://clercenter.gallaudet.edu/.

domingo, maio 14, 2006

Uma ida à santa missa


Em pleno mês Mariano, quando os fiéis que se deslocam a Fátima armam uma batalha campal porque não os deixam assistir a uma cerimónia qualquer, lá fui com o meu filho a uma sessão de terço, numa igreja cheia de culturalmente curiosas imagens macabras, o que se inseria na santa programação da catequese do miúdo. Chama-se a isto solidariedade.
Foi soporífero mas também, permitam-me repetir-me, culturalmente curioso. Adorei ver aquele bando de hipócritas borrados de medo do inferno e dos atemorizantes pecados mortais entoar aqueles cânticos de terceira apanha, adorei vê-los ajoelharem-se diante das imagens, diante dos seus ídolos, adorei toda aquela sequência de mantras a que já roubaram qualquer sentido mântrico há séculos!
Será que vão pedir milagres para a destruição dos inimigos que as suas mentes distorcidas criam um pouco por todo o lado? Será que vão pedir a todos os exércitos de santos para fazer cair o tecto em cima do vizinho que pôs a música um pouco mais alto no fim de semana passado? Será que vão rezar um desculpabilizador Pai Nosso mudo da próxima vez que praticarem o incriminador sexo? Será que se vão ajoelhar em arrependimento depois de chularem, maltratarem o próximo, cujas razões sempre serão más?
Como diria Johnny Lydon: Do you pray to the Holy Ghost when you suck your host?


Imagem de www.scoop.co.nz.

Passing Strangers recriam Marillion em Lisboa


Os Marillion foram uma banda que constituiu uma pedrada no charco quando do lançamento do primeiro álbum, com Fish na parte vocal, Script for a Jester's Tear. Executar um rock de tipo progressivo e desenvolver um espectáculo algo teatralizado no início dos oitentas era definitivamente démodé. Vi-os ao vivo na época e gostei.
Foram também uma banda que se auto-destruiu ao seguir vagamente as pegadas do Disneyaco Phil Collins. Ainda com Fish, procuraram o sucesso comercial quando publicaram Kayleigh, o que foi lamentável. Depois, Fish fugiu e nunca mais se ouviu falar da banda. Ou passou a mais valer fazer de conta que não existia. Tanto como com os Genesis, aliás...

Tudo isto a propósito de quê? Numa época em que se vai assistindo às actuações de várias bandas de covers, temos agora os portugueses Passing Strangers a ocuparem-se dos Marillion.
Esta banda - com Linx na voz e teclados, João Soares na bateria, Miguel Baptista na guitarra e Pedro Soares no baixo, mais um quarteto de músicos convidados - vai-se estrear ao vivo no Templários Bar (junto ao cinema Quarteto, em Lisboa), a 19 de Maio, pelas 23,30h. Vale a pena ver do que se trata, até porque não vos pedirão mais pela entrada do que o consumo mínimo do bar...
Se o espectáculo se concentrar nos primórdios da banda, poderá ter interesse. Mas isso não passa da minha opinião pessoal. Se puderem e quiserem, dêem lá uma saltada e aproveitem para contar aqui como foi. :)


Imagem de www.the-masque.com.

Recordar The Clash no MUSIK


Em pleno período inicial do punk britânico, The Clash estrearam-se como banda suporte dos Sex Pistols, em Londres, no Verão de 1976. Constituídos por Joe Strummer, Mick Jones, Paul Simonon e Topper Headon (a partir de meados da vida da banda, em substituição do primeiro baterista), a banda desde logo se demarcou com uma mistura explosiva de rock, reggae, dub, rockabilly e idealismo, no que se contrapunham ao niilismo feroz dos Pistols.
O seu primeiro single, White Riot, viu a luz do dia na primavera de 1977, logo seguido de uma álbum simplesmente intitulado The Clash. Este álbum não foi imediatamente publicado nos Estados Unidos, em resultado de a CBS ter decidido que não era apropriado a passar nas estações de rádio. Consequentemente, acabou por se tornar no álbum de importação que mais vendas conheceu em terras norte-americanas... A CBS, tão atempadamente como a cavalaria, naturalmente, acabou por se decidir a publicar uma versão norte-americana do álbum, cujas músicas e respectivo alinhamento diferem um pouco da versão original.
A partir do segundo álbum da banda, o celebrado London Calling, começou a notar-se nas sonoridades da banda a procura da exploração de sonoridades ligadas a algum rock mais antigo. Simultaneamente, os elementos da banda começaram a substituir a prática de actos de vandalismo, que lhes chegaram a valer breves estadias em calabouços, pela promoção de acções de solidariedade diversas.
The Clash duraram até ao álbum Cut the Crap, de 1985, altura em que o seu líder, Joe Strummer (se acaso é correcto colocar as coisas nesses termos), passou a dedicar o seu tempo às artes plásticas, intercaladas com alguma actividade musical com The Mescaleros. Lamentavelmente, Strummer morreu de ataque cardíaco, a 22 de Dezembro de 2002, após um passeio com o seu cão.
A faixa que hoje vos dou a escutar no MUSIK, I Fought the Law, pertence à edição norte-americana do primeiro álbum.


Imagem de http://u-blog.net.

quinta-feira, maio 11, 2006

Governo planeia aumentar impostos?


Corre nos corredores secretos do Master a novidade de que o nosso socrático governo planeia aumentar os impostos.
Incapazes de lidar de modo efectivo com os problemas nacionais, insistem na fuga em frente, lançando os cidadãos para o ataque cardíaco - no que contrariam potencialmente as habituais tretas da esperança média de vida justificativas das alterações ao sistema de reformas - e para a sopa dos pobres.





Imagem de www.cedmagic.com.

Imagens históricas belíssimas

A maioria dos autodenominados anarquistas dos nossos dias, dedicados a partir montras de McDonald's nos seus tempos livres, são tão alienados e mal dirigidos como os lobos maus e os carneiros medrosos que pensam combater. (Master Minder)






O regicídio do rei Dom Carlos
















Atentado mortal contra o arquiduque Franz Ferdinand

















O ditador Mussolini de pernas para o ar













Staline em 1953. Não voltaria a ter oportunidade de torturar e matar










Mao em 1976. Finalmente, houve alguma liberdade de acender as lareiras com exemplares do seu Livro Vermelho







Khomeini em 1989. Acabaram-se-lhe definitivamente as oportunidades de assistir a desenhos animados do Mickey







Imagens de www.vidaslusofonas.pt, www.stormfront.org, http://home.comcast.net, www.loc.gov, www.newint.org e http://keyumars.persianblog.com/.

segunda-feira, maio 08, 2006

Portugal extraterrestre


O DN de hoje abria com a previsão de que Portugal se vai manter na cauda da Europa durante mais cinquenta anos. Fixe. Desgraça para nós, para os nossos filhos e, possivelmente, para os nossos netos!

E ainda outra breve interessante: a Galp baixou o preço dos combustíveis em 1 cêntimo, afirmando acompanhar assim a tendência de baixa dos preços do crude. Finalmente não nos vamos mais arruinar em gasolina e vamos poder voltar a dar o nosso pequeno passeio ocasional. Lovely!




Imagem de www.staticfiends.com.

domingo, maio 07, 2006

Pensamento profundamente filosófico do dia (2)



Quando, num rasgado acesso de razão, afirmarem algo como "Sou muito sensível!", interroguem-se primeiramente: sensível relativamente a mim ou sensível relativamente aos outros? A diferença é notável.






Imagem de http://clerccenter.gallaudet.edu/.

Livros de reclamações - usem-nos!


No Dia da Mãe fica bem comprar umas flores para oferecer. E aqui vai um post invulgarmente escrito à maneira de blog-diário - mas não só...
Há, na Maia, uma loja de flores de nome Artezé, bem pertinho do centro, onde fui comprar um ramalhete. Como é natural, era dia de grande negócio e compradores não faltavam.
Perguntei a um senhor, que se ufanava no atendimento, quanto custavam certos ramos já feitos que lá se encontravam. Ele disse algo que não se entendeu e continuou a aviar outros clientes que iam chegando, obviamente interessado em despachar os arranjos, muito mais caros, que ainda por lá se encontravam. E aqui é que começa a história...
Depois de muito aguardar, depois de muito variados clientes me ultrapassarem, depois de um bom bocado em que me vi completamente ignorado, pedi o livro de reclamações. O que eu fui fazer!
Pressionado por um funcionário mais novo para mo entregar, o senhor saca do telemóvel e diz que está a ligar para a GNR. "Para a GNR?", pergunto, algo aturdido. "Sim, quero que estejam cá a vê-lo preencher a reclamação". Não só por respeito aos GNR, que terão, certamente, muito mais que fazer, como ainda a mim mesmo e aos consumidores em geral, comecei a ferver. Claro que a GNR tinha mais que fazer, ainda que o funcionário tenha decidido justificar-se com uma historinha de embalar bebés pequeninos de que quando se preenche uma reclamação deve estar presente a GNR.
Desligado o telemóvel, o esforçado senhor muda de atitude e começa a desculpar-se, dizendo que tenho razão e por aí fora, mas que tenho que compreender e que estão ali há muito tempo e etc. e tal. Pelo meio, mete-se uma popular, a qual, com ar de comiseração, fixando-me bem nos olhos, me ensina que se trata de um dia diferente e que tenho obrigação de compreender.
"Sabe, o livro de reclamações é um direito legalmente garantido a qualquer cidadão e isso da GNR é um disparate", dou-me ao trabalho de explicar ao senhor. Que sim, que pois, que tenho razão, que tenho que compreender. "Bom, no meu trabalho, se faço alguma coisa muito mal, posso ter que enfrentar problemas sérios", digo. "Sim, sim, mas o senhor trabalha oito horas por dia...", justifica-se.
Como se fazia tarde e precisava mesmo de comprar as flores e despachar-me dali para fora, acabei por comprar o ramo e não preencher livro de reclamações nenhum. De certo modo, fiz mal. Porque contribuí para o prolongar de situações e atitudes absolutamente negativas.
Não tenho que desculpar nem tenho que compreender. Vocês também não. A atitude é moralmente errada, comercialmente idiota e perfeitamente ilegal. Moralizar a sociedade não é proibir o fumo em todo o lado. Moralizar a sociedade não é telefonar anonimanente para a polícia quando alguém faz uma festinha de amigos uma vez no ano. Moralizar a sociedade não é arruinar classes inteiras por conveniência egoísta, incapacidade de desempenhar o seu próprio papel e inveja pura. Moralizar a sociedade é muito mais do que isso e passa por as pessoas não tomarem sistematicamente o partido de quem infringe a lei, recomendando compreensão para o crime e lastimando quem entende que algo está bastante errado.
Fui embora sem preencher o livro. Mas não me quero ir embora sem vos deixar, aos consumidores e à Inspecção das Actividades Económicas, este nome: Artezé. Na Maia. E certamente que haverá mais Artezés por esse país fora...


Imagem de www.deviantart.com (fotografia de ashley T).

Serenata aposta em organização


Eis aí a semana da Queima no Porto e o repórter Master (note-se o título, bem à maneira da imprensa quando se trata de despachar) deslocou-se em serviço, ontem à noite, aos jardins da Cordoaria, onde decorria a tradicional serenata.
Foi interessante (e difícil de descortinar, dada a escuridão da hora) ver as multidões de estudantes envoltos em capas pretas à maneira coimbrã. Igualmente interessante escutar os fados cantados à maneira coimbrã. Mas fez-me pensar nos desfiles carnavalescos que se desenrolam por esse país fora à maneira carioca...
Um aplauso, entretanto, para a excelente organização do evento. Um número incontável de ambulâncias foi convocado e o risco de morte por coma alcoólico (aquilo que acontece a alcoólicos ou a gente que continua a beber quando há muito já só tem vontade de vomitar) foi largamente diminuído pelo facto de bastar aos profissionais de saúde dar a volta ao quarteirão para chegar às portas do Santo António. Bravo, Portugal!


Imagem de www.sciencenmore.com/.

sábado, maio 06, 2006

Quase-monólogo com a divindade


Certo dia, encontrei-me subitamente envolto por uma espessa e misteriosa névoa. Comecei por me assustar e procurei uma saída. Seguidamente, refreando os meus temores, compreendi que me encontrava perante Aquele-Que-Tem-Nomes-Infinitos-Que-Não-Podem-Nem-Devem-Ser-Pronunciados e ousei dirigir-lhe a palavra...

Eu - Eis-me na presença de Deus?
Aquele-Que-Tem-Nomes-Infinitos-Que-Não-Podem-Nem-Devem-Ser-Pronunciados - Não sabes que não podes pronunciar o meu nome? Nunca ninguém te ensinou coisa nenhuma?
Eu - Está bem. Mas porquê?
AQTNIQNPNDSP - Acaso logras fazer tremer a terra? Acaso fazes a chuva cair? Acaso provocas as marés? Acaso emprestas luminosidade ao sol? Acaso provocas as tempestades? Acaso...
Eu - Pronto. Penso que já entendi... Acaso posso fazer-te algumas perguntas?
AQTNIQNPNDSP - Acaso desencadeias o movimento dos astros? Acaso entendes a natureza do universo e do que para além dele se encontra ou não? Acaso...
Eu - Já entendi, já entendi... Vou fazê-las, ainda assim. Está bem?
AQTNIQNPNDSP - ...
Eu - Só algumas...
AQTNIQNPNDSP - ...
Eu - Pronto. Só algumas. Porque é que a vida é trabalho e sofrimento e os seres morrem de doenças atrozes e acidentes sangrentos ou simplesmente apodrecem aos poucos até se transformarem numa espécie de peso a aliviar?
AQTNIQNPNDSP - Culpa dos homens.
Eu - Porque é que se afirma na Bíblia "pede e ser-te-á dado, bate e ser-te-á aberto" e ignoras as súplicas dos desesperados?
AQTNIQNPNDSP - Culpa dos homens.
Eu - Porque é que a maior fortuna convive com a maior miséria?
AQTNIQNPNDSP - Culpa dos homens.
Eu - Porque é que há aleijados, dementes e incapacitados de todo o género?
AQTNIQNPNDSP - Culpa dos homens.
Eu - Porque é que ando há 27 anos com indigestão e há semanas com dor de cabeça?
AQTNIQNPNDSP - Não fumes, não comas, não bebas, não participes.
Eu - Posso respirar?
AQTNIQNPNDSP - Respirar é obrigatório. Já foste ao médico?
Eu - Se és omnisciente, porque é que perguntas?
AQTNIQNPNDSP - Porque faz parte do diálogo e porque a minha vontade é suprema e já falei demais. Acaso entendes os mistérios que...
Eu - Não, não entendo. Porque é que criaste um universo onde impera a lei do mais forte e só nos livros sagrados tomas o partido dos indefesos?
AQTNIQNPNDSP - Culpa dos homens.
Eu - Pareces-me um Deus algo neo-liberal...
AQTNIQNPNDSP - Não podes pronunciar o meu nome!
Eu - Deus, Deus, Deus, Deus, Deus! Ok?
AQTNIQNPNDSP - ...
Eu - Bom... A conversa foi... hã... interessante. Agora, tenho que procurar a saída deste caldo de nuvens, que me está a incomodar...
AQTNIQNPNDSP - ...
Eu - Adeus e obrigado.
AQTNIQNPNDSP - ...

Após aturadas investigações, acabei por dar com uma portinhola de nuvens muito bem camuflada e esgueirei-me para o exterior. Respirei fundo. Sentia-me esgotado. Uma conversa com a divindade é esgotante, assim como procurar o caminho de saída de labirintos. Percorri um longo corredor e cheguei a uma pequena sala etérea e dominada por tonalidades quentes. Um indivíduo, muito bem vestido com roupas de marca das últimas colecções, cofiava uma barbicha aparada com grande mestria e aguardava-me, de perna cruzada, numa poltrona. Falei-lhe...

Eu - E agora... Quem és tu?
Indivíduo - Chamam-me Aquele-Que-Tem-Nomes-Infinitos-Que-Não-Podem-Nem-Devem-Ser...
Eu - Com os diabos! Isso não és tu! Estás a brincar?
Indivíduo - Naturalmente.
Eu - Isso é giro.
Indivíduo - Pois é. Se perdesse o sentido de humor, estava feito.
Eu - Há dias...
Indivíduo - Então? Gostaste da tua conversa com Deus?
Eu - Foi interessante.
Indivíduo - A sério... Foi esclarecedora?
Eu - Nem por isso. Porque é que queres saber?
Indivíduo - Se quiseres, respondo a todas as tuas perguntas, indico-te caminhos e solidarizo-me...
Eu - Quanto é que isso custa?
Indivíduo - Hiper-económico!
Eu - Vá, quanto?
Indivíduo - Estás a prender-te com niquices! Senta-te e diz-me o que te preocupa...
Eu - Não, obrigado. Estou esgotado e tenho que ir dormir.
Indivíduo - Então... estás só.
Eu - Pois estou.


Imagem de www.charawilliams.com (fotografia de Chara Williams).

sexta-feira, maio 05, 2006

Simpathy for the Devil: degladiem-se portugueses!


Após muitos anos de persistência e fomento disfarçado da iliteracia, a nossa classe política conseguiu colocar portugueses cada vez mais pobres contra portugueses cada vez mais pobres. Toda a gente se odeia e toda a gente é malandra. Toda a gente está pessimamente e os outros, que estão muito melhor, são todos uns reles privilegiados.
Agora, apesar dos problemas da nossa Segurança Social estarem muito intimamente relacionados com o facto de que, ao longo de muitos anos, as verbas foram escandalosamente desviadas para outros ministérios, mexem-nos nas reformas, com aquela conversa de neoliberal do género cínico de que tem que ser. Anuncia-se a derrota como uma grande vitória. O país não se mexe. Os descontos são imensos e o custo de vida astronómico não nos permite acautelar o futuro por iniciativa própria, como defendem os neoliberais utópicos (por quem tenho, obviamente, maior respeito).
A vida está negra para todos os portugueses. Estará? Eis uma interessante lista que recebi via email. Se houver alguma incorrecção, provem-mo antes de me processar (que eu não tenho um tusto para indemnizações) e alterarei o que for justo...




ALGUMAS REFORMAS DE POLÍTICOS



Almeida Santos......................... 4.400, euros;
Medeiros Ferreira....................... 2.800, euros;
Manuela Aguiar......................... 2.800, euros;
Pedro Roseta............................ 2.800, euros;
Helena Roseta........................... 2.800, euros;
Narana Coissoró . .................... 2.800, euros;
Álvaro Barreto........................... 3.500, euros;
Vieira de Castro........................ 2.800, euros;
Leonor Beleza . ........................ 2.200, euros;
Isabel Castro............................. 2.200, euros;
José Leitão................................ 2.400, euros;
Artur Penedos............................ 1.800, euros;
Bagão Félix............................... 1.800, euros.



CASOS DE SUBSÍDIOS DE REINTEGRAÇÃO



Luís Filipe Pereira . 26.890, euros / 9 anos de serviço;
Sónia Fortuzinhos .... 62.000, euros / 9 anos e meio de serviço
Maria Santos . 62.000, euros /9 anos de serviço ;
Paulo Pedroso ........ 48.000, euros / 7 anos e meio de serviço
David Justino ............ 38.000, euros / 5 anos e meio de serviço;
Ana Benavente . 62.000 , euros / 9 anos de serviço;
Mª Carmo Romão . 62.000, euros / 9 anos de serviço;
Luís Nobre Guedes ... 62.000 , euros / 9 anos e meio de serviço.
A maioria dos outros deputados que não regressaram estiveram lá somente na última legislatura, isto é, 3 anos, o suficiente para terem recebido cerca de 20.000, euros cada !



Para concluir o exemplo dos políticos, é-nos referido o exemplo de Vasco Franco (50 anos de idade), número dois do PS na Câmara de Lisboa durante as presidências de Jorge Sampaio e de João Soares...
Foi-lhe atribuída uma pensão mensal de 3035 euros pelo facto de ter sido aposentado com a categoria de técnico superior de 1ª classe, apesar de, segundo se afirma, as suas habilitações - o antigo Curso Geral do Comércio - corresponder sensivelmente ao actual 9º ano de escolaridade. É igualmente referida a contagem do tempo de serviço deste político: terá entrado para os quadros do ministério da Administração Interna em 1972 (pré-25 de Abril), tendo cumprido sete de dedicação exclusiva... Três anos para o serviço militar e 20 na vereação da Câmara de Lisboa, doze dos quais a tempo inteiro, o que dá um total de 30! Aparentemente, a lei autoriza-o a contar a dobrar 10 dos 12 anos como vereador a tempo inteiro.
Já após a entrega do pedido de reforma, o político terá sido convidado para administrador da Sanest, uma sociedade de capitais públicos, sendo que o contrato, iniciado em Abril, se prevê para um período de 18 meses, com um salário mensal de 4000 euros, os quais deverão reduzir-se a metade a partir de Julho, em função da entrada em vigor da sua reforma.
A isto, somem-se 900 euros de uma outra reforma, atribuída em função de ter sido ferido em combate em Moçambique, já depois do 25 de Abril, mais cerca de 250 euros em senhas de presença pela actuação como vereador sem pelouro.



Mas não se imagine que apenas os políticos sabem tratar de si, uma vez que há muitos poderes no meio dos poderes... Aparentemente, 9 em cada 10 aposentados com mais de 5000 euros mensais terão sido juízes. Veja-se a seguinte lista (extensa; não exclusivamente de juízes), com valores em euros:



Janeiro
Ministério da Justiça
5380.20 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Março
Ministério da Justiça
7148.12 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
5380.20 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5484.41 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Empresas Públicas e Sociedades Anónimas
6082.48 Jurista 5 CTT Correios Portugal SA
Abril
Ministério da Justiça
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5338.40 Procuradora-Geral Adjunta Procuradoria-Geral República
Antigos Subscritores
6193.34 Professor Auxiliar Convidado
Maio
Ministério da Justiça
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
5460.37 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
5338.40 Procuradora-Geral Adjunta Procuradoria-Geral República
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
Junho
Ministério da Justiça
5663.51 Juiz Conselheiro Supremo Tribunal Administrativo
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
Julho
Ministério da Justiça
5182.91 Juiz Direito Conselho Superior Magistratura
5182.91 Procurador República Procuradoria-Geral República
5307.63 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
Agosto
Ministério da Justiça
5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Conservadora Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Notário Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5043.12 Notária Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Conservador 1ª Classe Direcção Geral Registos Notariado
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5027.65 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5173.46 Notário Direcção Geral Registos Notariado
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5159.57 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Notária Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Ajudante Principal Direcção Geral Registos Notariado
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5173.46 Notário 1ª Classe Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Notária Direcção Geral Registos Notariado
Setembro
Ministério dos Negócios Estrangeiros
7284.78 Vice-Cônsul Principal Secretaria-Geral (Quadro Externo)
6758.68 Vice-Cônsul mdash; Secretaria-Geral (Quadro Externo)
Ministério da Justiça
5663.51 Juiz Conselheiro mdash; Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador mdash; Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador mdash; Conselho Superior Magistratura
Ministério da Educação
5103.95 Presidente Conselho Nacional Educação
Outubro
Ministério da Justiça
5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
Novembro
Ministério dos Negócios Estrangeiros
7327.27 Técnica Especialista Secretaria-Geral (Quadro Externo)
Tribunal de Contas
5663.51 Presidente
Ministério da Justiça
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
5015.16 Professor Coordenador Inst Superior Engenharia Lisboa



Não vale a pena escrever um livro sobre o assunto. O meu conselho é muito simples: portugueses e portuguesas (ou portuguesas e portugueses é que seria politicamente correcto?), continuem a eliminar-se mutuamente, continuem a odiar-se. Lúcifer agradece, como muito bem saberiam dizer os Stones no clássico Simpathy for the Devil...



Imagem de http://momentodeluz.ubbihp.com.br/.

Gasolina à portuguesa



Como é que é possível que, independentemente das flutuações dos preços do crude, o preço da gasolina não deixe de aumentar, quase semanalmente, em Portugal?



Imagem de http://latf.blogs.sapo.pt.

The Strokes com New York City Cops no MUSIK


The Strokes são uma banda relativamente recente, constituída em 1998/99, em Nova Iorque, por Julian Casablancas (filho de John Casablancas), Fabrizio Moretti (que começou a tocar bateria aos cinco anos!), Albert Hammond Jr. (filho do músico de igual nome, mas sem o Jr.), Nick Valensi e Nikolai Fraiture.
Começaram por actuar em locais relativamente obscuros como o já encerrado Spiral e o Luna Lounge, de onde saltaram para o Mercury Lounge, onde foram descobertos.
Em 2001, conseguiram um contrato de gravação com a britânica Rough Trade, tendo o seu primeiro álbum, Is This It, chegado aos escaparates em Setembro de 2001. O sucesso desta banda, que adopta uma estética bastante genuinamente ligada aos anos 70, foi imediato em ambos os lados do Atlântico. O seu segundo álbum, Room on Fire, viu a luz do dia em Outubro de 2003 e, já no início do corrente ano, saiu First Impression of Earth. Pelo meio, música ao vivo, DVDs e uns poucos singles.
O tema que o MUSIK hoje vos convida a escutar - New York City Cops - data de 2002, tendo sido publicado em single, juntamente com três outras composições. Como sempre, escusado será dizê-lo, é para ouvir nas alturas.


Imagem de http://music.yahoo.com.

quinta-feira, maio 04, 2006

E agora... Nostradamus a sério!

E para um pouquinho de merecido comic relief, após tão negras previsões, eis uma interessante quadrinha de Michel de Nostradamus que encontrei, confesso que por acidente, nos arquivos de uma velha igreja perdida algures no coração das catacumbas de Paris...




Imagem de www.tuxick.net.

Profecias de Nostramaster


(Da Centúria x à Centúria z, com passagem pela Centúria y)



No sétimo dia antes do oitavo
Quando uma urtiga brotar
As hordas do mercador bravo
Cruzarão o céu e o mar

O fogo e o clarão atroz
Atingirão o coração
E ouvir-se-á a uma só voz
O uivo dos filhos de Sião

Pedra sobre pedra não restará
Na casa do pescador
Mas o grande mal tocará
Também quem segue o traidor

Homens de força reunidos
Em escombros da mãe ciosa
Impotentes e cingidos
Murcharão qual seca rosa

Pai contra mãe, filho impuro
Amigos não mais se verão
Nem grande líder seguro
Somente desolação

Então, dos céus surgirá
O pai dos fins inconcretos
E a terra entregará
A desenvoltos insectos

Um dia, a barata-mor
Poderosa e sapiente
Marcas na rocha verá
Da orgulhosa semente

E o declarará abjecto
Por o céu não permitir
Sendo o tonante um insecto
De tal coisa o existir

Então, diferentes nações
Com poderosas antenas
Massacrarão corações
Com as derradeiras penas

No fim-princípio, o gestor
Também o senhor da guerra
Das causas desconhecedor
Aos vírus dará a terra.



Imagem de www.adonde.com.

quarta-feira, maio 03, 2006

E a ministra não pára!


E a ministra não pára!
As fontes secretas, fidedignas e protegidas do Master regressaram com mais novidades de monta... Parece que se prepara o seguinte: professor que falte, sabendo de antemão que vai faltar (o professor pressupõe-se obviamente culpado, entenda-se bem), terá a obrigação de deixar uma planificação das aulas que daria, sob pena de, não o fazendo, levar com um aguaceiro de faltas injustificadas. O que significa:
a) Que professores a faltar por doença - imagine-se, por exemplo, o caso drástico de um docente em tratamento por cancro - terão que apresentar as ditas planificações, não lhes bastando estarem doentes;
b) Que as aulas de substituição terão de ser leccionadas por professores da mesma disciplina - o que, até ao momento foi, muito mais naturalmente do que possa parecer a olho nu, impossível - ou por outros docentes altamente polivalentes;
c) Que, sendo os professores naturalmente diferentes, se vai gerar uma espécie de mixórdia de métodos nas escolas, com prejuízo efectivo dos alunos;
d) Que os desgraçados dos alunos vão ter de gramar com o que não querem e farão a vida negra aos desgraçados dos professores substitutos, sendo que ninguém lucrará com o facto;
e) Que mais valerá preparar as aulas para o ano inteiro logo no início do ano, uma vez que nunca se sabe o que poderá suceder, e que não convém, de modo algum, dar nem matéria a menos, nem matéria a mais em cada aula... A escola é uma linha de montagem e assim é que o Japão se tornou uma potência.

Deixo-vos aqui dois desafios... Um deles poderá parecer menos sério, mas ambos têm cabimento:
a) Que os professores deixem de se comportar como amebas e entrem num processo de desobediência civil a este tipo de ordens da Lurditas. Nunca nenhum tipo de governo foi capaz de controlar a desobediência civil generalizada e não me parece que possa ser a Maria de Lurdes a descobrir a pólvora;
b) Que algum leitor mais perspicaz e conhecedor descortine o que se encontra, de facto, por trás de toda esta desconexão ministerial face à realidade das coisas. A ministra conheceu, em tempos, algum professor muito malvado? A ministra sentiu-se mal tratada no decurso da sua frequência escolar? Prometo fazer, no meu humilde blog, eco do que de real se descobrir e transmiti-lo aos media, inclusive à TVI.

Boa noite e durmam na paz do Senhor.


Imagem (não invertida) de www.correiodamanha.pt.

Ministra inventa mais um bocadinho


De acordo com fontes confidenciais e protegidas do Master, para além da já conhecida intenção da ministra de alargar as aulas de substituição aos desgraçados dos alunos do Secundário, algo muito mais de bradar aos céus está ainda guardado na manga para muito em breve...
Parece que a Lurditas pretende que os professores dispensados de componente lectiva (em função de depressões e outros problemas incapacitantes e que, em geral, se encontram ocupados com outros serviços úteis à comunidade escolar) passem a corrigir os testes dos colegas! Não, muito obrigado, senhora ministra! Os meus alunos conheço-os eu, os meus testes conheço-os eu e só sob ameaça de prisão é que permitirei - e não é que adore propriamente corrigir montanhas de testes, tipo fábrica - que os meus testes sejam mal corrigidos e as minhas classificações mal atribuídas. Não, mas será que não há ninguém de entre os nossos políticos que consiga fazer um mínimo de sentido?


Imagem de www.correiodamanha.pt.

Maomé volta a dar que falar


Ainda no rescaldo do malfadado caso das caricaturas do Jyllands Posten e da subsequente onda de vandalismo desencadeada a mando dos imãs sedentos de poder, o jornal francês France Soir publicou, na sua primeira página de 1 de Fevereiro (sei, já lá vão 3 meses...), a caricatura que podem apreciar no topo, na qual, sob a legenda Sim, temos o direito de caricaturar Deus, o Deus judaico-cristão diz a um Maomé bastante aborrecido: Não te enerves Maomé. Aqui, já todos fomos caricaturados.
Em resultado, o proprietário franco-egípcio Raymond Lakah procedeu ao despedimento sumário do presidente e director da publicação, Jacques Lefranc, assim desvelando mais um pouco da face negra da sociedade actual e desencadeando uma onda de protestos por parte dos jornalistas, da opinião pública e do próprio Governo.
Cobardia? Fascismo? Simpatia pelos terroristas? Em todo o caso, não vai longe o tempo em que tal atitude daria direito a desfilar pelas ruas de Paris de cabeça rapada...


Imagem de http://medias.lemonde.fr.

segunda-feira, maio 01, 2006

Breves dos humanos estranhos (3)


Prestes a estrear em Portugal no próximo 18 de Maio, o Código da Vinci, baseado no celebrado romance homónimo de Dan Brown, com realização de Ron Howard, já está a percorrer os mesmos passos de publicidade gratuita (como se precisasse!) de películas como A Última Tentação de Cristo ou Je Vous Salue Marie. Angelo Amato, arcebispo sediado na sede vaticana da Igreja Católica, apelou ao boicote a este trabalho, alertando para o facto de o mesmo estar cheio de ofensas, calúnias e erros históricos respeitantes a Jesus, aos Evangelhos e à Igreja. Não satisfeito, porém, equiparou, numa tentativa desajeitada de se demarcar pela positiva, a igreja que representa aos fundamentalistas mundiais, quando acrescentou que se tais ofensas tivessem sido feitas ao Islão ou ao Holocausto, teriam provocado uma revolta mundial. Eia, todos, toca a encher as salas dos cinemas!

Todos sabemos muito bem que os hospícios estão pejados de indivíduos que julgam ser Napoleão. É tão banal que nem interessa. Na Colômbia, porém, um homem de 42 anos, de seu nome Ramsés Escobar Hensao, auto-intitulado O Faraó de Chigorodo, anunciou que pretende ser sepultado num sarcófago de madeira semelhante ao de Ramsés II, com um escaravelho e uma águia gravados. O homem, que deu nomes egípcios a dois dos seus filhos (possivelmente, os que se roem pelo momento de proceder à alteração do nome), afirma ainda, na legítima busca de 15 minutos de fama ou algo mais, que pretende expôr o dito sarcófago para deleite de todos os interessados.

Nem todos os processos se desenrolam a favor dos queixosos no país dos processos. Há cerca de um ano, a norte-americana Carla Patterson, de 38 anos, acompanhada do filho Ricky, de 22 anos, terá encontrado um rato na sopinha que lhe aquecia o estômago, num restaurante da cadeia Cracker Barrel. Vai daí, toca a exigir uma indemnização de 400 mil euros. Lamentavelmente, os peritos não encontraram um pingo de sopa nos pulmões do pobre roedor, que terá sido morto antes de entrar na sopa. Agora, tanto a jovem mãe como o filho podem contar com um ano na prisão (que poderia ir até 10), mais uma multa de dois mil euros para cada.

Por cá, o grandioso líder do PSD, Marques Mendes, terá descoberto a forma mais simples e directa de sanear as finanças públicas... Tendo em conta um relatório da OCDE, que aponta para um crescimento da nossa economia mais lento que o dos restantes parceiros da Zona Euro até 2010, Mendes propõe o saneamento do ministro da Economia e a eliminação do cargo! Quem sabe se tal medida não moralizaria, de igual forma, o verdadeiro sorvedouro representado pela classe política em geral, pelas câmaras em particular, pelos incontáveis assessores da classe política, pelos luveiros de toda a ordem e pelos institutos...

Esta não é axactamente humana, mas tem cabimento: é que pode ser que estejamos a assistir ao nascimento do Messias da lagartada! Uma dragão de Komodo deu à luz, no jardim zoológico de Londres, quatro dragõezinhos. A questão é que a abençoada mãe não acasalava há dois anos... Aleluia!


Um obrigado ao gossip do Público. Imagem de www.mr-bill.de/ .